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Empresa alemã Curevac desiste de fabricar vacina contra covid após resultados ruins

Os resultados ruins ainda derrubaram o valor de mercado da Curevac - Matt Turner/iStock
Os resultados ruins ainda derrubaram o valor de mercado da Curevac Imagem: Matt Turner/iStock

Da Ansa

13/10/2021 09h51Atualizada em 13/10/2021 09h51

A empresa alemã de biotecnologia Curevac anunciou nesta terça-feira (12) que desistiu da versão inicial da vacina contra a covid-19 CVnCoV e que focará esforços em uma "segunda geração" de imunizantes, que estão sendo desenvolvidos com o laboratório GlaxoSmithKline (GSK).

Após o anúncio, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) confirmou que a empresa solicitou a interrupção na revisão de dados da fórmula para "se concentrar em um programa diferente de desenvolvimento".

Segundo a nota da EMA, durante a revisão dos dados fornecidos pela Curevac, o imunizante não apresentou resultados satisfatórios na qualidade e apenas uma modesta eficácia nos adultos.

No início de julho, a própria empresa divulgou que sua vacina de mRNA apresentou apenas 48% de eficácia contra a Covid-19, abaixo do índice mínimo de 50% exigido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O estudo foi realizado com 40 mil voluntários e frustrou a União Europeia, que já havia encomendado 225 milhões de doses da fórmula, com a possibilidade de comprar mais 180 milhões.

Os resultados ruins ainda derrubaram o valor de mercado da Curevac, que viu suas ações caírem para a metade do valor desde o início do ano, quando os rumores apontavam que o imunizante não tinha bons resultados.

O comissário europeu para a Saúde, Stefan De Keersmaecker, afirmou que o fracasso da empresa alemã "mostra exatamente que a abordagem da estratégia vacinal da União Europeia funciona e que a avaliação aprofundada da EMA é a pedra angular".

Conforme o representante, "sempre foi claro" que os contratos assinados antes das fórmulas ficarem prontas poderiam não ser concretizados.

"Por isso, investimos na criação de um amplo portfólio diversificado de vacinas, desenvolvidas por várias empresas, usando tecnologias diferentes. Essa abordagem nos rendeu quatro frutos: as quatro vacinas que estão autorizadas na UE. Hoje recebemos mais de 800 milhões de doses para o Estados-membros e outras 900 milhões de doses foram exportadas", acrescentou De Keersmaecker.

Ao todo, o bloco europeu fechou sete contratos de compra de imunizantes e os quatro citados pelo comissário referem-se às vacinas da Pfizer/BioNTech, Moderna, Universidade de Oxford/AstraZeneca e Janssen (braço belga da Johnson & Johnson).