Argentinos lembram 60 anos da morte de Evita
Um ícone argentino
O aniversário de 60 anos da morte de Eva Perón, nesta quinta-feira, dia 26, abriu o debate sobre o legado polêmico dessa ex-primeira-dama amada e ao mesmo tempo odiada na Argentina. A data foi marcada por homenagens organizadas pelo governo da presidente Cristina Kirchner, que costuma estimular as comparações entre sua atuação política e a trajetória de "Evita" - como a mulher de Juan Perón era conhecida.
Ontem, Cristina apresentou uma nota de 100 pesos que passará a circular com o rosto da ex-primeira dama. Nesta quinta-feira, ela deve inaugurar um programa habitacional em homenagem a Evita. "Ela gostaria que fizéssemos isso", disse Cristina.
Em julho do ano passado, um mural com o rosto da ex-primeira-dama foi montado no edifício do Ministério de Desenvolvimento Social, em Buenos Aires, local em que Evita fez um discurso histórico antes de sua morte, em 1952.
Maria Eva Duarte de Perón cresceu em uma zona rural muito pobre na Argentina e aos 15 anos foi para Buenos Aires para tentar uma carreira artística. Alguns anos depois, quando já havia obtido alguma fama, ela conheceu o Coronel Juan Domingo Perón. Eles se casaram em 1945 e, no ano seguinte, Perón foi eleito presidente.
Como primeira-dama, Evita supervisionou muitos projetos, incluindo a construção de escolas e hospitais infantis, assumindo duas áreas importantes do governo Perón: a relação com os sindicatos e as políticas de apoio às populações carentes.
Ela fez campanha pelo voto feminino, em 1949, e por aumentos salariais para os trabalhadores. Além disso, atuou como ministra de facto da saúde e do trabalho até sua morte, em 1952, aos 33 anos, em função de um câncer de útero.
Após a sua morte, o corpo de Evita foi embalsamado e ficou exposto à visitação pública. Depois do golpe de Estado que derrubou o governo Perón, em 1955, ele foi roubado e levado para a Europa, só retornando à Argentina nos anos 70.
Admiração e críticas Muitos admiram Evita por sua luta para melhorar as condições de trabalho e vida dos "descamisados" argentinos. Outros, porém, a veem como representante de um populismo antidemocrático, alguém que abusou de seu acesso ao poder para avançar em ambições pessoais.
Diversas famílias argentinas até hoje têm histórias para contar sobre Evita, mas seu legado é controverso. "Eu a cumprimentei certa vez em um elevador e na ocasião lhe disse que ela era tudo para mim", disse à repórter Krupa Padhy, da BBC, Clementina Gill, de 88 anos, que trabalhou com Evita em sua campanha a favor do voto feminino, nos anos 40. "Ela nos chamava de 'suas meninas'."
"Quase toda minha família era anti-peronista, então lá em casa Evita era vista como a caprichosa esposa de um ditador e o peronismo costumava ser sinônimo de demagogia e corrupção", conta a socióloga Florencia Lajer.
Evita é acusada de perseguir opositores políticos e usar a máquina de propaganda política oficial para se promover. Em algumas famílias de classe média ou da elite argentina, o desgosto com sua atuação política era tão grande que seu nome nunca era pronunciado. Esses críticos se referiam a Evita como "aquela mulher".
O legado de Eva Perón ainda é forte tanto no campo político quanto no cultural. Alguns admiradores dizem que sua paixão pela luta em favor dos direitos dos trabalhadores ajudou a dar força a movimentos sociais e políticos que adotam a bandeira da justiça social e direitos iguais para todos. Os mais críticos, associam sua imagem ao populismo demagógico que, segundo eles, ainda marcaria a política argentina.
Não há dúvidas de que a ex-primeira-dama tornou-se um ícone, inspirando filmes, livros e manifestações artísticas, além de ser uma referência constante em discursos políticos. Cristina Kirchner, por exemplo, não só cita Evita com frequência, como também mantém uma foto sua em seu escritório.
O aniversário de 60 anos da morte de Eva Perón, nesta quinta-feira, dia 26, abriu o debate sobre o legado polêmico dessa ex-primeira-dama amada e ao mesmo tempo odiada na Argentina. A data foi marcada por homenagens organizadas pelo governo da presidente Cristina Kirchner, que costuma estimular as comparações entre sua atuação política e a trajetória de "Evita" - como a mulher de Juan Perón era conhecida.
Ontem, Cristina apresentou uma nota de 100 pesos que passará a circular com o rosto da ex-primeira dama. Nesta quinta-feira, ela deve inaugurar um programa habitacional em homenagem a Evita. "Ela gostaria que fizéssemos isso", disse Cristina.
Em julho do ano passado, um mural com o rosto da ex-primeira-dama foi montado no edifício do Ministério de Desenvolvimento Social, em Buenos Aires, local em que Evita fez um discurso histórico antes de sua morte, em 1952.
Maria Eva Duarte de Perón cresceu em uma zona rural muito pobre na Argentina e aos 15 anos foi para Buenos Aires para tentar uma carreira artística. Alguns anos depois, quando já havia obtido alguma fama, ela conheceu o Coronel Juan Domingo Perón. Eles se casaram em 1945 e, no ano seguinte, Perón foi eleito presidente.
Como primeira-dama, Evita supervisionou muitos projetos, incluindo a construção de escolas e hospitais infantis, assumindo duas áreas importantes do governo Perón: a relação com os sindicatos e as políticas de apoio às populações carentes.
Ela fez campanha pelo voto feminino, em 1949, e por aumentos salariais para os trabalhadores. Além disso, atuou como ministra de facto da saúde e do trabalho até sua morte, em 1952, aos 33 anos, em função de um câncer de útero.
Após a sua morte, o corpo de Evita foi embalsamado e ficou exposto à visitação pública. Depois do golpe de Estado que derrubou o governo Perón, em 1955, ele foi roubado e levado para a Europa, só retornando à Argentina nos anos 70.
Admiração e críticas Muitos admiram Evita por sua luta para melhorar as condições de trabalho e vida dos "descamisados" argentinos. Outros, porém, a veem como representante de um populismo antidemocrático, alguém que abusou de seu acesso ao poder para avançar em ambições pessoais.
Diversas famílias argentinas até hoje têm histórias para contar sobre Evita, mas seu legado é controverso. "Eu a cumprimentei certa vez em um elevador e na ocasião lhe disse que ela era tudo para mim", disse à repórter Krupa Padhy, da BBC, Clementina Gill, de 88 anos, que trabalhou com Evita em sua campanha a favor do voto feminino, nos anos 40. "Ela nos chamava de 'suas meninas'."
"Quase toda minha família era anti-peronista, então lá em casa Evita era vista como a caprichosa esposa de um ditador e o peronismo costumava ser sinônimo de demagogia e corrupção", conta a socióloga Florencia Lajer.
Evita é acusada de perseguir opositores políticos e usar a máquina de propaganda política oficial para se promover. Em algumas famílias de classe média ou da elite argentina, o desgosto com sua atuação política era tão grande que seu nome nunca era pronunciado. Esses críticos se referiam a Evita como "aquela mulher".
O legado de Eva Perón ainda é forte tanto no campo político quanto no cultural. Alguns admiradores dizem que sua paixão pela luta em favor dos direitos dos trabalhadores ajudou a dar força a movimentos sociais e políticos que adotam a bandeira da justiça social e direitos iguais para todos. Os mais críticos, associam sua imagem ao populismo demagógico que, segundo eles, ainda marcaria a política argentina.
Não há dúvidas de que a ex-primeira-dama tornou-se um ícone, inspirando filmes, livros e manifestações artísticas, além de ser uma referência constante em discursos políticos. Cristina Kirchner, por exemplo, não só cita Evita com frequência, como também mantém uma foto sua em seu escritório.
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