Brasileiros relatam clima de 'filme de ação' na Boston sob cerco
Brasileiros residentes em Boston, nos Estados Unidos, relatam que o clima na cidade é o de uma cidade sob cerco, vivendo cenas que parecem saídas de um longa metragem de Hollywood.
Boston foi sede de um atentando na última segunda-feira, realizado durante a maratona anual da cidade, que matou ao menos três pessoas e feriu mais de 170, após artefatos terem explodido perto da linha de chegada do evento.
"Fiquei assistindo ontem TV até tarde, quando tudo começou no MIT (universidade Massachusetts Institute of Technology). Pensei que fosse apenas mais um louco atacando, mas no final eram os terroristas. Um deles foi morto e estão procurando o outro. O terrorista está por aí e não sabemos onde ele está" , afirma Rosana Rangel, moradora da cidade. ''Parece até filme de ação, mas infelizmente não é.''
O relato da brasileira se refere à perseguição e troca de tiros promovida pela polícia aos dois supostos autores dos atentados da maratona, realizado na quinta-feira à noite, na cidade de Watertown, a dez quilômetros de Boston e próximo ao campus da universidade.
Durante a perseguição, um dos supostos autores do atentado, Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, foi morto. O outro, Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, que acredita-se seja seu irmão, permanece à solta. Os dois seriam de origem chechena e moradores dos Estados Unidos. Durante a perseguição, um policial também acabou morto.
Tensão
"Há muito policiamento na rua. Levei minha filhinha ao parquinho ontem, e ela ficou muito assustada com os helicópteros e todos os barulhos da polícia. Estou evitando que ela veja TV, mas ela está sentindo a tensão no ar", conta a brasileira.
Devido à caçada humana que a polícia está promovendo em busca do suposto coautor dos ataques, todo o transporte público foi suspenso em Boston e nas imediações da cidade e o governo instruiu moradores a permanecerem em suas casas a não abrirem suas portas para estranhos.
"O clima está bem tenso. Não há transporte público. Estou em casa com minha família. O escritório do meu marido e a creche das minhas filhas estão fechados. Recebo emails a toda hora de lojas e instituições dizendo que eles estão fechados hoje. Escolas e universidades estão fechadas. Há pouca gente na rua. Não pretendo sair de casa. O terrorista está por aí e não sabemos onde. Ele pode estar armado e ter explosivos com ele", afirma Rosana.
A grande Boston é uma das regiões dos Estados Unidos com maior populção de brasileiros. A cidade abriga o Centro do Imigrante Brasileiro (CIB), que oferece, entre outros, serviços de treinamento e assistência legal a brasileiros. O local foi obrigado a fechar suas portas nesta sexta, como conta a diretora-executiva do centro, Natalícia Tracy.
"Ficamos bem no coração da cidade (no bairro de Allston Brighton, no oeste de Boston), e não pudemos nem abrir, por ordem oficial. Está tudo trancado na cidade. Muitos membros do centro passaram a noite acordados, sem conseguir dormir. O clima na cidade é de um estresse muito grande há alguns dias, você sentia isso nos trens, nas ruas", afirma.
Desinformação
Em relação à comunidae de brasileiros local, Natalícia conta que a maior preocupação era a desinformação sobre a determinação oficial de que todos ficassem em casa.
"A maior parte dos brasileiros não assiste a TV ou (escuta) o rádio americanos, só rádios e TVs brasileiras. Então, passamos a enviar mensagens de texto, dar telefonemas, trocar mensagens de Facebok para divulgar aos membros do CIB que era para eles ficarem em casa'', relata.
No começo, houve certo pânico entre a comunidade brasileira, conta ela. "Muitos se assustaram ao ver a polícia em todas as partes, batendo de porta em porta, e temiam que a polícia pudesse começar a ir atrás de pessoas com algum problema de documentação."
Natalícia conta que a tragédia da maratona e o tiroteio e explosões ouvidas em Watertown foram incidentes ou presenciados ou sofridos por pessoas ligadas a ela.
"Uma amiga de uma amiga perdeu as pernas no atentado. O diretor de um centro ligado ao nosso estava no local em que as explosões ocorreram, mas saiu pouco antes. Eu dou aulas nas Universidade de Massachussetts em Boston, ao lado da biblioteca JFK, onde houve um incêndio no dia dos ataques. Meu filho estuda numa escola perto do MIT. Vários integrantes do CIB moram na região de Watertown e ouviram tiros e explosões. É uma cidade pequena em relação a outras cidades americanas, tudo está conectado'', afirma.
Boston foi sede de um atentando na última segunda-feira, realizado durante a maratona anual da cidade, que matou ao menos três pessoas e feriu mais de 170, após artefatos terem explodido perto da linha de chegada do evento.
"Fiquei assistindo ontem TV até tarde, quando tudo começou no MIT (universidade Massachusetts Institute of Technology). Pensei que fosse apenas mais um louco atacando, mas no final eram os terroristas. Um deles foi morto e estão procurando o outro. O terrorista está por aí e não sabemos onde ele está" , afirma Rosana Rangel, moradora da cidade. ''Parece até filme de ação, mas infelizmente não é.''
O relato da brasileira se refere à perseguição e troca de tiros promovida pela polícia aos dois supostos autores dos atentados da maratona, realizado na quinta-feira à noite, na cidade de Watertown, a dez quilômetros de Boston e próximo ao campus da universidade.
Durante a perseguição, um dos supostos autores do atentado, Tamerlan Tsarnaev, de 26 anos, foi morto. O outro, Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, que acredita-se seja seu irmão, permanece à solta. Os dois seriam de origem chechena e moradores dos Estados Unidos. Durante a perseguição, um policial também acabou morto.
Tensão
"Há muito policiamento na rua. Levei minha filhinha ao parquinho ontem, e ela ficou muito assustada com os helicópteros e todos os barulhos da polícia. Estou evitando que ela veja TV, mas ela está sentindo a tensão no ar", conta a brasileira.
Devido à caçada humana que a polícia está promovendo em busca do suposto coautor dos ataques, todo o transporte público foi suspenso em Boston e nas imediações da cidade e o governo instruiu moradores a permanecerem em suas casas a não abrirem suas portas para estranhos.
"O clima está bem tenso. Não há transporte público. Estou em casa com minha família. O escritório do meu marido e a creche das minhas filhas estão fechados. Recebo emails a toda hora de lojas e instituições dizendo que eles estão fechados hoje. Escolas e universidades estão fechadas. Há pouca gente na rua. Não pretendo sair de casa. O terrorista está por aí e não sabemos onde. Ele pode estar armado e ter explosivos com ele", afirma Rosana.
A grande Boston é uma das regiões dos Estados Unidos com maior populção de brasileiros. A cidade abriga o Centro do Imigrante Brasileiro (CIB), que oferece, entre outros, serviços de treinamento e assistência legal a brasileiros. O local foi obrigado a fechar suas portas nesta sexta, como conta a diretora-executiva do centro, Natalícia Tracy.
"Ficamos bem no coração da cidade (no bairro de Allston Brighton, no oeste de Boston), e não pudemos nem abrir, por ordem oficial. Está tudo trancado na cidade. Muitos membros do centro passaram a noite acordados, sem conseguir dormir. O clima na cidade é de um estresse muito grande há alguns dias, você sentia isso nos trens, nas ruas", afirma.
Desinformação
Em relação à comunidae de brasileiros local, Natalícia conta que a maior preocupação era a desinformação sobre a determinação oficial de que todos ficassem em casa.
"A maior parte dos brasileiros não assiste a TV ou (escuta) o rádio americanos, só rádios e TVs brasileiras. Então, passamos a enviar mensagens de texto, dar telefonemas, trocar mensagens de Facebok para divulgar aos membros do CIB que era para eles ficarem em casa'', relata.
No começo, houve certo pânico entre a comunidade brasileira, conta ela. "Muitos se assustaram ao ver a polícia em todas as partes, batendo de porta em porta, e temiam que a polícia pudesse começar a ir atrás de pessoas com algum problema de documentação."
Natalícia conta que a tragédia da maratona e o tiroteio e explosões ouvidas em Watertown foram incidentes ou presenciados ou sofridos por pessoas ligadas a ela.
"Uma amiga de uma amiga perdeu as pernas no atentado. O diretor de um centro ligado ao nosso estava no local em que as explosões ocorreram, mas saiu pouco antes. Eu dou aulas nas Universidade de Massachussetts em Boston, ao lado da biblioteca JFK, onde houve um incêndio no dia dos ataques. Meu filho estuda numa escola perto do MIT. Vários integrantes do CIB moram na região de Watertown e ouviram tiros e explosões. É uma cidade pequena em relação a outras cidades americanas, tudo está conectado'', afirma.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.