Ser voluntária já 'virou doença', diz carioca de 57 anos que trabalhará na Rio-2016
Jefferson Puff
Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
"Já virou doença", diz a carioca Francisca Lúcia da Silva, de 57 anos, que desde 2007 trabalha como voluntária em eventos esportivos. Ela deve ser uma das primeiras a assinar a ficha de inscrição para se tornar um dos 70 mil voluntários que o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começa a selecionar a partir desta quinta-feira.
"Comecei nos Jogos Panamericanos, sete anos atrás, e desde então não parei mais. Virou doença mesmo. Você acaba trabalhando com as confederações de várias modalidades, organizações de esportes para crianças carentes, grandes competições. É muito bom", conta a auxiliar de produção de eventos.
Assim como nos Jogos de Londres, em 2012, serão necessários 70 mil voluntários e a expectativa é que as vagas para mais de 500 diferentes funções sejam ocupadas por brasileiros e estrangeiros falando cerca de 30 diferentes idiomas.
A cifra equivale a quase um Maracanã lotado a capacidade atual do estádio é de 78.838 espectadores.
As oportunidades são variadas. Pode-se pilotar um dos barcos ou botes utilizados nos esportes aquáticos, auxiliar em cerimônias de premiação, ajudar com informações e traduções, acompanhar repórteres e até costurar as bandeiras de cada país em uniformes de competição, como os quimonos dos judocas.
Também há vagas para especialistas, como médicos, fisioterapeutas, dentistas e profissionais de tecnologia de informação (TI).
Para Francisca, que trabalhará numa Olimpíada pela primeira vez, o que importa é participar.
"Eu não tenho preferência específica. Onde me colocarem eu vou. Posso ficar com a imprensa nacional, internacional, com o cerimonial. O importante é mostrar a nossa maneira de receber", diz.
'Convenci todo mundo'
A carioca diz que gostou tanto da experiência no Pan que levou mais gente da família para o voluntariado.
"Trabalhei com minha irmã na Copa do Mundo, e agora ela também vem comigo para a Olimpíada. Meus filhos também participam, eu convenci todo mundo a entrar nessa", afirma.
Ela conta que já trabalhou com confederações de vários esportes em suas competições, como de voleibol, judô, canoagem, remo e até esgrima.
"Você vai se envolvendo com as pessoas, é uma aprendizagem. Convive com gente de todo tipo, aprende a dar força para o atleta, ajuda quem precisa de informação", diz.
A experiência em grandes competições internacionais motivou a carioca a participar também de eventos esportivos voltados a crianças e jovens carentes. "Com alguns desses jovens tenho a oportunidade de dar um suporte, e mostrar que todos os atletas merecem respeito, independente de estarem no pódio ou não".
Critérios de seleção
Levantamentos mostram que nos últimos jogos a maioria dos voluntários tende a vir de duas faixas etárias: os estudantes muito jovens e as pessoas com mais de 50 anos. Há poucos candidatos na faixa que vai dos 25 aos 50 anos.
É necessário ter no mínimo 18 anos e ter concluído o ensino fundamental. Os selecionados ganham alimentação e transporte nos dias de trabalho, mas não estão cobertos os custos de acomodação e traslado tanto no Rio quanto nas quatro cidades que sediarão jogos de futebol (São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Salvador).
Os maiores desafios, acreditam os especialistas, será treinar uma grande quantidade de brasileiros em outros idiomas (para isso serão oferecidos cursos online, já que fluência em outras línguas não é critério obrigatório) e atingir a cifra de 70 mil somente com os anfitriões.
Para ajudar a enfrentar essas dificuldades, os organizadores contam com o interesse de estrangeiros. De acordo com o diário britânico The Guardian, os Jogos de Londres-2012 atraíram 256 mil candidatos para as 70 mil vagas disponíveis. Desse contingente, espera-se que ao menos 5 mil venham ao Rio.
Para Francisca, não há dúvidas. "Nós temos carências, claro, mas eu tenho certeza de que os Jogos vão ser algo positivo para todo mundo. Vamos receber o mundo inteiro com o carisma do brasileiro", diz.
Da BBC Brasil no Rio de Janeiro
"Já virou doença", diz a carioca Francisca Lúcia da Silva, de 57 anos, que desde 2007 trabalha como voluntária em eventos esportivos. Ela deve ser uma das primeiras a assinar a ficha de inscrição para se tornar um dos 70 mil voluntários que o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro começa a selecionar a partir desta quinta-feira.
"Comecei nos Jogos Panamericanos, sete anos atrás, e desde então não parei mais. Virou doença mesmo. Você acaba trabalhando com as confederações de várias modalidades, organizações de esportes para crianças carentes, grandes competições. É muito bom", conta a auxiliar de produção de eventos.
Assim como nos Jogos de Londres, em 2012, serão necessários 70 mil voluntários e a expectativa é que as vagas para mais de 500 diferentes funções sejam ocupadas por brasileiros e estrangeiros falando cerca de 30 diferentes idiomas.
A cifra equivale a quase um Maracanã lotado a capacidade atual do estádio é de 78.838 espectadores.
As oportunidades são variadas. Pode-se pilotar um dos barcos ou botes utilizados nos esportes aquáticos, auxiliar em cerimônias de premiação, ajudar com informações e traduções, acompanhar repórteres e até costurar as bandeiras de cada país em uniformes de competição, como os quimonos dos judocas.
Também há vagas para especialistas, como médicos, fisioterapeutas, dentistas e profissionais de tecnologia de informação (TI).
Para Francisca, que trabalhará numa Olimpíada pela primeira vez, o que importa é participar.
"Eu não tenho preferência específica. Onde me colocarem eu vou. Posso ficar com a imprensa nacional, internacional, com o cerimonial. O importante é mostrar a nossa maneira de receber", diz.
'Convenci todo mundo'
A carioca diz que gostou tanto da experiência no Pan que levou mais gente da família para o voluntariado.
"Trabalhei com minha irmã na Copa do Mundo, e agora ela também vem comigo para a Olimpíada. Meus filhos também participam, eu convenci todo mundo a entrar nessa", afirma.
Ela conta que já trabalhou com confederações de vários esportes em suas competições, como de voleibol, judô, canoagem, remo e até esgrima.
"Você vai se envolvendo com as pessoas, é uma aprendizagem. Convive com gente de todo tipo, aprende a dar força para o atleta, ajuda quem precisa de informação", diz.
A experiência em grandes competições internacionais motivou a carioca a participar também de eventos esportivos voltados a crianças e jovens carentes. "Com alguns desses jovens tenho a oportunidade de dar um suporte, e mostrar que todos os atletas merecem respeito, independente de estarem no pódio ou não".
Critérios de seleção
Levantamentos mostram que nos últimos jogos a maioria dos voluntários tende a vir de duas faixas etárias: os estudantes muito jovens e as pessoas com mais de 50 anos. Há poucos candidatos na faixa que vai dos 25 aos 50 anos.
É necessário ter no mínimo 18 anos e ter concluído o ensino fundamental. Os selecionados ganham alimentação e transporte nos dias de trabalho, mas não estão cobertos os custos de acomodação e traslado tanto no Rio quanto nas quatro cidades que sediarão jogos de futebol (São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Salvador).
Os maiores desafios, acreditam os especialistas, será treinar uma grande quantidade de brasileiros em outros idiomas (para isso serão oferecidos cursos online, já que fluência em outras línguas não é critério obrigatório) e atingir a cifra de 70 mil somente com os anfitriões.
Para ajudar a enfrentar essas dificuldades, os organizadores contam com o interesse de estrangeiros. De acordo com o diário britânico The Guardian, os Jogos de Londres-2012 atraíram 256 mil candidatos para as 70 mil vagas disponíveis. Desse contingente, espera-se que ao menos 5 mil venham ao Rio.
Para Francisca, não há dúvidas. "Nós temos carências, claro, mas eu tenho certeza de que os Jogos vão ser algo positivo para todo mundo. Vamos receber o mundo inteiro com o carisma do brasileiro", diz.
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