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Grã-Bretanha já apreendeu R$ 1 milhão 'que iriam para Estado Islâmico'

13/10/2014 14h17

Pelo menos 250 mil libras (cerca de US$ 400 mil ou R$ 1 milhão) - de fundos de pessoas suspeitas de terem ligações com o autodenominado Estado Islâmico foram apreendidos na Grã-Bretanha no último ano, de acordo com autoridades britânicas.

As apreensões ocorreram no aeroporto de Manchester e em outros portos do noroeste da Inglaterra. Os dados de outras regiões não foram divulgados.

O dinheiro, encontrado escondido em bagagens ou nas roupas dos passageiros, foi confiscado com base na Lei de Terrorismo.

A maior parte estava com passageiros que iam de Manchester para a Turquia. Os policiais acreditam que as quantias seriam levadas para a fronteira com a Síria.

Tony Mole, chefe da polícia de Manchester, disse que os policiais conseguiram apreender dinheiro supostamente destinado a grupos terroristas, incluindo militantes do "Estado Islâmico", mesmo quando não havia provas suficientes para apresentar acusações criminais contra os portadores dos fundos.

Isso porque a polícia pode apreender o dinheiro por até 48 horas e, se o passageiro não fornecer uma explicação satisfatória, um tribunal pode ordenar que o dinheiro seja confiscado.

"Os terroristas precisam de dinheiro para lutar. Na fronteira turca com a Síria há lojas onde você pode comprar armas, botas, alimentos e, se você vai lá para lutar, você precisa de dinheiro e quer equipamento", afirmou Mole.

"Nós tiramos o dinheiro das pessoas, não só impedindo-as de comprar armas e financiar organizações terroristas que são uma ameaça para a Grã-Bretanha e a comunidade internacional mas também parando essas pessoas."

Treinamento

A Turquia é uma das principais portas de entrada para estrangeiros que vão se juntar ao "Estado Islâmico" na Síria.

O governo turco, no entanto, vem se recusando a enviar tropas para a Síria ou para Iraque.

Nesta segunda-feira, os Estados Unidos informaram que a Turquia passou a permitir que rebeldes sírios moderados sejam treinados em seu território. O acordo ainda não foi confirmado por Ancara.

Deputados turcos aprovaram recentemente uma moção que permitiria que forças estrangeiras usassem bases turcas para as atividades na Síria e no Iraque, mas a decisão final cabe ao executivo.

A coalizão liderada pelos Estados Unidos está realizando ataques aéreos contra o "Estado Islâmico", que tomou grande parte do Iraque e da Síria.

Muitos têm como alvo o entorno da cidade síria de Kobane, de maioria curda, localizada na fronteira com a Turquia.

Leia mais: Refugiados lutam pela vida ao deixar cidade alvo do "Estado Islâmico"

O primeiro-ministro turco disse que não foi alcançado um acordo para permitir que os EUA usem a base aérea de Incirlik para atacar os militantes do "Estado Islâmico".

Ataques

Se tomarem Kobane, militantes do "Estado Islâmico" terão controle de um longo território da fronteira síria-turca, que além de ser a rota preferencial para combatentes estrangeiros entrarem na Síria é usada pelo grupo para transportar petróleo das refinarias que capturou.

O Pentágono diz que os EUA e aviões de guerra da Arábia Saudita realizaram oito ataques aéreos nas últimas 24 horas contra posições do grupo na Síria em Kobane.

Os militares americanos disseram que os alvos incluíram uma plataforma de lançamento de armas pesadas e edifícios.

Ativistas da oposição síria disseram que um homem-bomba detornou um caminhão com explosivos na zona norte de Kobane, perto da fronteira turca.

Violentos confrontos entre milicianos curdos e islâmicos têm ocorrido na entrada sudoeste da cidade, perto de armazéns de ajuda humanitária.

A Turquia está sob pressão para fazer mais para ajudar as forças curdas que lutam em Kobane.

Leia mais: Por que a Turquia resiste em intervir contra o "Estado Islâmico"