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Máscaras contra poluição proliferam em maratona em Pequim

Corredora uma máscara contra poluentes durante a Maratona Internacional de Pequim, na China. A poluição no norte do país ultrapassou 20 vezes os níveis de segurança em outubro - Andy Wong/AP
Corredora uma máscara contra poluentes durante a Maratona Internacional de Pequim, na China. A poluição no norte do país ultrapassou 20 vezes os níveis de segurança em outubro Imagem: Andy Wong/AP

19/10/2014 13h42

Usado por muitos entre os milhares de competidores que disputaram a 34ª Maratona Internacional de Pequim, neste domingo, um 'acessório' chamou atenção dos espectadores: as máscaras para proteger contra a inalação de poluição.

A competição acabou virando vitrine para uma manifestação não-intencional contra os altos níveis de impurezas que caracterizam o ar da capital chinesa.

Enquanto os organizadores esperavam patamares "ligeiros" ou no máximo "moderados" de poluição durante o evento, os monitores da Embaixada americana na cidade consideravam o ar "perigoso".

As estimativas foram de que as concentrações de poluição superaram múltiplas vezes o máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS): 25 microgramas por dia, em média, de partículas em suspensão no ar por metro cúbico.

Mas o monitor da principal representação americana na China indicou um pico de poluição de 400 microgramas por metro cúbico – um nível que põe em risco a saúde de seres humanos expostos a ela por mais de 24 horas.


As partículas inaláveis de poluição suspensas no ar prejudicam a saúde à medida que penetram no corpo em direção aos pulmões, podendo ainda entrar na corrente sanguínea.

Alguns atletas desistiram da maratona por causa do ar impuro. Pelo Twitter, o britânico Chas Pope disse que só conseguiu percorrer 10 km dos 42 km totais.

Pope deu a largada usando uma máscara, mas disse que ao longo do trajeto se deu conta de que o ar "não era adequado para as atividades ao ar livre".

Um morador disse à BBC que o ar exalava um odor a carvão queimado.

A prova foi vencida pelo etíope Girmay Birhanu Gebru, que terminou o percurso em pouco mais de 2h10.

A prova feminina foi vencida pela também etíope Fatuma Sado Dergo.

A chinesa Gong Lihua, que terminou em terceiro lugar entre as mulheres, disse que a poluição representou uma dificuldade adicional para os atletas.

"Correndo nesse tipo de poluição, senti que não conseguia suar muito bem. A pele fica toda pegajosa e úmida."