Máscaras contra poluição proliferam em maratona em Pequim
Usado por muitos entre os milhares de competidores que disputaram a 34ª Maratona Internacional de Pequim, neste domingo, um 'acessório' chamou atenção dos espectadores: as máscaras para proteger contra a inalação de poluição.
A competição acabou virando vitrine para uma manifestação não-intencional contra os altos níveis de impurezas que caracterizam o ar da capital chinesa.
Enquanto os organizadores esperavam patamares "ligeiros" ou no máximo "moderados" de poluição durante o evento, os monitores da Embaixada americana na cidade consideravam o ar "perigoso".
As estimativas foram de que as concentrações de poluição superaram múltiplas vezes o máximo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS): 25 microgramas por dia, em média, de partículas em suspensão no ar por metro cúbico.
Mas o monitor da principal representação americana na China indicou um pico de poluição de 400 microgramas por metro cúbico – um nível que põe em risco a saúde de seres humanos expostos a ela por mais de 24 horas.
As partículas inaláveis de poluição suspensas no ar prejudicam a saúde à medida que penetram no corpo em direção aos pulmões, podendo ainda entrar na corrente sanguínea.
Alguns atletas desistiram da maratona por causa do ar impuro. Pelo Twitter, o britânico Chas Pope disse que só conseguiu percorrer 10 km dos 42 km totais.
Pope deu a largada usando uma máscara, mas disse que ao longo do trajeto se deu conta de que o ar "não era adequado para as atividades ao ar livre".
Um morador disse à BBC que o ar exalava um odor a carvão queimado.
A prova foi vencida pelo etíope Girmay Birhanu Gebru, que terminou o percurso em pouco mais de 2h10.
A prova feminina foi vencida pela também etíope Fatuma Sado Dergo.
A chinesa Gong Lihua, que terminou em terceiro lugar entre as mulheres, disse que a poluição representou uma dificuldade adicional para os atletas.
"Correndo nesse tipo de poluição, senti que não conseguia suar muito bem. A pele fica toda pegajosa e úmida."
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