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Os e-mails de Hillary podem abalar a disputa eleitoral nos EUA?

Nesta foto de 18 de outubro de 2011, a então secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, checa seu celular a bordo de aeronave militar com direção à Líbia - Kevin Lamarque/Reuters
Nesta foto de 18 de outubro de 2011, a então secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, checa seu celular a bordo de aeronave militar com direção à Líbia Imagem: Kevin Lamarque/Reuters

Anthony Zurcher

Editor do blog da BBC Echo Chambers

05/03/2015 06h56Atualizada em 05/03/2015 07h35

Não se engane. A reportagem do The New York Times sobre Hillary Clinton sobre o uso de seu email pessoal enquanto era secretária de Estado dos EUA pode, sim, se transformar em um divisor de águas na disputa presidencial em 2016.

Isso porque Hillary é a principal – se não a única – candidata dos democratas para a disputa presidencial.

Atualmente, não há outras alternativas realistas. Assim, se as expectativas eleitorais de Hillary naufragarem, seu partido vai afundar com ela.

A informação veio à tona após o conteúdo do e-mail pessoal de Hillary Clinton ter sido incluído na investigação feita por uma comissão do Congresso americano de um ataque à embaixada dos EUA na Líbia, em 2012.

A reportagem do New York Times alega ter recebido informação do departamento de Estado americano de que Hillary Clinton não teve um endereço de e-mail oficial do governo entre 2009 e 2013, quando foi secretária de Estado.

Nick Merril, um porta-voz de Hillary, disse ao New York Times que o uso da conta pessoal de email da então secretária de Estado estava dentro do "espírito das regras".

Na política, no entanto, seguir o espírito das regras nem sempre é suficiente.

O caso prejudica Hillary especialmente porque recai sobre duas percepções negativas sobre a ex-secretária e seu marido, Bill Clinton: a de que eles são excessivamente sigilosos e acreditam que as regras gerais não se aplicam a eles.

Para alguns analistas, o caso é um prato cheio para os rivais políticos de Hillary.

"À medida que a história reforça as ideias sobre o grau de transparência dos Clintons, ela pode servir como uma potente munição para os oponentes de Hillary", afirmou Martt Berman, editor da publicação especializada em política "National Journal".

Ed Morrissey, do blog politico Hot Air, destacou o aspecto que talvez seja o mais prejudicial à democrata em toda a história: as questões de segurança e jurídicas que surgem à medida que mensagens diplomáticas eram trocadas via e-mails pessoais.

"Se houver mensagens envolvendo temas sigilosos, Hillary pode ter violado mais leis do que apenas às ligadas a registro de comunicação oficial", diz.

"Isso pode realmente se transformar em um escândalo – e não apenas ligado à disputa de 2016."

Rivais políticos da democrata questionaram se ela tinha algo a esconder e pediram que os e-mails fossem divulgados.

Agora, resta saber se ela também enfrentará críticas por parte de seus colegas de partido.

Se essa história - aliada a outras notícias negativas sobre Hillary, como doações estrangeiras para sua ONG – começaram a minar sua popularidade, o futuro politico da democrata pode estar sob risco.