No futebol inglês, Balotelli é maior alvo de ofensas discriminatórias nas redes sociais



Balotelli foi o maior alvo de ofensas discriminatórias entre os jogadores da Premier League nas redes sociais

Uma pesquisa da Kick it Out (organização inglesa que combate a discriminação no futebol) mapeou as ofensas discriminatórias que foram publicadas por torcedores nas redes sociais destinadas a jogadores ou clubes do futebol inglês durante a atual temporada.

Foram contabilizados 134 mil posts discriminatórios mencionando jogadores ou clubes da Premier League entre agosto do ano passado e março deste ano. Uma média de 16,8 mil por mês e 551 por dia.

O atacante do Liverpool, Mario Balotelli, foi o maior alvo dos internautas. Mais de 8 mil posts que continham ofensas discriminatórias foram direcionados a ele - sendo que 52% das ofensas eram de cunho racista.



O segundo jogador da Premier League mais discriminado foi o atacante do Arsenal, Danny Welbeck, com pelo menos 1.700 posts destinados a ele. Metade deles eram ofensas raciais.

Daniel Sturridge, também atacante do Liverpool, foi o terceiro mais citado em posts discriminatórios. No caso dele, a maioria das ofensas (60%) eram com relação a orientação sexual.

Segundo pesquisa da organização inglesa, entre os clubes, o Chelsea foi o maior alvo de ofensas discriminatórias - foram mais de 20 mil posts. Liverpool(19 mil), Arsenal (12 mil), Manchester United (11 mil) e Manchester City (11 mil) completam a lista dos times mais mencionados em publicações com algum tipo de discriminação.



Entre os times ingleses, Chelsea foi o clube mais citado em posts com ofensas discriminatórias

A Kick it Out registrou discriminações por raça, gênero, orientação sexual, deficiência física, anti-semitismo e outras na pesquisa. A maioria delas vinham de posts no Twitter (88%), seguida pelo Facebook (8%), fóruns (3%) e blogs (1%).

A organização reforça, porém, que no Facebook é mais difícil mapear esse tipo de discriminação - só é possível contabilizar aquelas que vêm de um perfil que está público, portanto ela acredita que o número seria bem maior considerando os usuários privados.

Ações

"O nível de ofensas discriminatórias é realmente impressionante. Precisamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para proteger quem tem sido alvo desses abusos", disse o diretor da Kick it Out, Roisin Wood, à BBC.

A organização está estudando a possibilidade de formar um grupo de especialistas no assunto para combater o problema das ofensas racistas, sexistas e homofóbicas que se multiplicam nas redes sociais. Dele fariam parte representantes do futebol, da polícia, e também pessoas especializadas em segurança na internet e em plataformas de mídias sociais.



"Até agora nesta temporada, recebemos 140 queixas relativas a crimes de ódio nas mídias sociais relacionados ao futebol", contou Wood.

"Por essa pesquisa, podemos ver que foram mais de 134 mil mensagens discriminatórias nas redes sociais apenas relacionadas à Premier League. É um grande volume, mas temos de enfrentar o problema de frente."

O Twitter já tem uma política contra "comportamentos abusivos", enquanto o Facebook tem uma página inteira para detalhar seus padrões de postagens e suas políticas para manter a segurança dos usuários. Ainda assim, posts com ofensas discriminatórias não são raros de se encontrar nessas redes.

Já houve punições decorrentes de ofensas racistas direcionadas a atletas em mídias sociais. Um estudante de 21 anos foi preso por 56 dias depois de ter admitido ser o autor de tweets que continham comentários racistas sobre o ex-jogador Fabrice Muamba, que ficou famoso por ter sofrido um ataque cardíaco em campo em 2012, quando jogava pelo Bolton.



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