Topo

Blogueiro londrino tenta entender significado do termo 'coxinha'

Charles Humphreys esteve em SP e agora se prepara agora para morar no Rio - Arquivo pessoal
Charles Humphreys esteve em SP e agora se prepara agora para morar no Rio Imagem: Arquivo pessoal

Silvia Salek

26/05/2015 07h29

O estudante londrino Charles Humphreys, de 21 anos, está há três meses no Brasil. Passou a primeira parte de sua viagem em São Paulo e se prepara agora para morar no Rio de Janeiro.

A estada no Brasil é parte de seu curso de Letras na Universidade de Oxford. Enquanto ele prepara seu primeiro blog, sobre grafiteiros brasileiros, apresento este novo integrante do 'Para Inglês Ver', resultado de uma parceria entre a Universidade de Oxford e a BBC Brasil.

O português dele - pelo menos o escrito - é impressionante! Mas ele pede uma ajuda: quer entender o termo 'coxinha' em todas as suas acepções!

30 segundos com Charles Humphreys

De que você mais gosta no Brasil?

Desde o início, tive uma ótima impressão do quanto os brasileiros são acolhedores e calorosos com os estrangeiros. Meu hóspede em São Paulo me recebeu como um integrante da família e me apresentou a parentes e amigos. Os brasileiros são muito expressivos, carinhosos e engraçados. Parece que sabem aproveitar as pequenas coisas da vida.

De que menos gosta?

Embora não seja geralmente pejorativo, não gosto tanto do termo "gringo". Acho meio estranho que se empregue um único termo para se referir a qualquer pessoa do hemisfério do Norte, muitas vezes, de culturas bem distintas.

Local preferido?

Vila Madalena em São Paulo. Acho um ambiente bacana porque tem bares e restaurantes legais, não caríssimos, além de muita arte de rua. O Beco do Batman, uma galeria de grafiteiros ao lar livre, é meu ponto preferido.

Expressão ou palavra favorita?

Uma que ouço a todo momento: "um coxinha". Acho engraçado comparar um cara com uma coxinha para dizer que ele é todo certinho e correto. Mas ainda preciso decifrar as várias outras acepções do termo.

Comida?

Açaí na tigela com banana. Ou qualquer fruta que não se encontre na Europa, como jabuticaba!

Livro?

Macunaíma. Tive muita dificuldade ao ler o livro pela primeira vez. Quando li de novo, adorei as aventuras do anti-herói.

O que te surpreendeu ao chegar?

Quando cheguei a São Paulo, em fevereiro, fiquei assombrado não apenas com o tamanho, mas também com a densidade da "selva de pedra". É uma forma de viver 'vertical' - e não em casas - muito diferente da de Londres. Também me surpreendi porque achei a cidade mais arborizada do que tinha imaginado.

Qual a trilha sonora de sua viagem?

Tenho uma playlist de quase 400 músicas, então, não dá para falar da minha trilha sonora inteira! Gosto especialmente de artistas contemporâneos de diversos gêneros tais como Seu Jorge, Natiruts, Maria Gadú e Vanessa da Mata. Adoro também cantores e cantoras que estão na estrada há mais tempo, como Marisa Monte e Gilberto Gil.

O que você ainda não conseguiu entender no Brasil?

Não consegui entender o jeito como alguns motoristas e motociclistas dirigem. Nem consigo lembrar quantas vezes vi uma moto quase colidindo com um ônibus. Me deixou assustado!