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Petição contra praia reservada a rei saudita ganha 140 mil assinaturas na França

Visão da praia pública localizada logo abaixo da mansão que pertence a família real saudita - Claude Paris/AP
Visão da praia pública localizada logo abaixo da mansão que pertence a família real saudita Imagem: Claude Paris/AP

27/07/2015 19h19

Quase 140 mil pessoas assinaram até o momento uma petição online contra o fechamento parcial de uma praia na Riviera Francesa, alegando que a restrição fere a igualdade de direitos entre os cidadãos.

A praia, localizada em Vallauris (entre Antibes e Marselha), é um tradicional refúgio de férias do rei saudita Salman bin Abdulaziz Al Saud, que desembarcou na Riviera no último sábado (25) com uma comitiva de nada menos que mil pessoas.

Autoridades locais vetaram o acesso do público a uma parte da praia onde o rei ficará hospedado, para que ele possa desfrutá-la com exclusividade e segurança durante três semanas.

A medida despertou fortes críticas por parte da população, que rejeita o privilégio concedido ao monarca e criou uma petição pedindo que a praia seja reaberta.

"Estamos falando a respeito da igualdade das pessoas", diz à BBC Jean-Noel Falcou, conselheiro da cidade. "O que queremos mostrar (com a petição) é que nem tudo pode ser comprado. Quem vem à França tem que respeitar a lei francesa, e somos todos iguais perante a lei."

Mas há quem defenda que as benesses concedidas ao rei são benéficas à cidade francesa --sobretudo por motivos econômicos.

Restaurantes chiques e hotéis de luxo comemoram o aumento do consumo que deve ser proporcionado pela comitiva de Salman e pelas centenas de sauditas que costumam seguir o rei em suas férias.

"É claramente uma boa notícia [a chegada do rei e demais sauditas]", diz à agência France Presse Michel Chevillon, presidente da associação hoteleira regional. "São pessoas com grande poder de compra que vão estimular não apenas a indústria hoteleira de luxo, mas também o turismo e o varejo na cidade."

Outro morador opina que a restrição da praia pode ser justificada por motivos de segurança. "É um chefe de Estado que precisa ser protegido. Se ele tiver problemas em solo francês, será ruim para nós", disse à BBC.

Os críticos à medida aguardam manifestação do governo francês, a quem pedem a reabertura da praia.

"Essa área natural, como todas as áreas públicas marítimas, é intrinsecamente pública e deve servir ao benefício de todos", diz a petição.