Topo

Dentista que matou leão símbolo do Zimbábue quebra silêncio e diz que não fez nada errado

Reprodução/trophyhuntamerica
Imagem: Reprodução/trophyhuntamerica

07/09/2015 17h52

O dentista americano que causou comoção em todo o mundo após matar o leão símbolo do Zimbábue quebrou o silêncio e afirmou que não fez nada errado.

Em sua primeira entrevista desde o episódio, Walter Palmer disse que desconhecia a importância do animal e acrescentou que pretende voltar ao trabalho ainda nesta semana. Ele havia deixado de atender em seu consultório, que tem sido alvo constante de protestos desde o mês de julho.

Palmer afirmou também que houve "problemas de segurança" com sua família.

O governo do Zimbábue disse querer extraditar o dentista e processá-lo pela morte do leão Cecil.

Falando publicamente pela primeira vez desde o incidente, ele afirmou à agência de notícias Associated Press e ao jornal americano Minneapolis Star Tribune que agiu legalmente, mas afirmou que se soubesse a importância do animal, não o teria matado.

"Se eu soubesse que o leão tinha um nome e que era importante para o país ou para algum estudo obviamente não o teria abatido", afirmou Palmer. "Ninguém em nosso grupo sabia o nome do leão, nem antes nem depois (de matá-lo)."

O dentista admitiu que feriu o leão com uma flecha, mas negou tê-lo perseguido por 40 horas até matá-lo. Ele também desmentiu informações divulgadas pelo governo do Zimbábue de que teria abatido o animal com uma arma de fogo.

Palmer, de 55 anos, teria pago US$ 50 mil (R$ 190 mil) para caçar o leão na maior reserva do país africano.

Ameaças à família

O dentista disse ter sido forçado a parar de trabalhar após manifestações do lado de fora de sua clínica. Ele disse que espera voltar à ativa porque "minha equipe e meus pacientes me apoiam e me querem de volta".

No entanto, Palmer negou que tenha se escondido por questões de segurança.

"Eu estava afastado dos holofotes. Isso não significa que estava me escondendo. Estava com minha família e amigos."

O americano revelou, por outro lado, que sua mulher e sua filha sofreram ameaças por causa do episódio.

"Elas foram ameaçadas nas redes sociais. Não entendo esse nível de humanidade que faz com que venham atrás de pessoas que não tem nada a ver com o assunto".

Palmer, que já esteve no Zimbábue por quatro vezes, não descartou voltar ao país. "Não sei sobre o futuro", disse.

"O Zimbábue é um país maravilhoso para caçar e eu sempre segui as leis."