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Americano registra arquitetura inusitada de pontos de ônibus soviéticos

02/10/2015 07h04

O fotógrafo canadense Christopher Herwig, de 40 anos, dedica-se há 13 anos a um objeto inusitado - pontos de ônibus da antiga União Soviética.

Ele percorreu mais de 30 mil quilômetros de carro, bicicleta, ônibus e táxi em 14 países para documentar o que chamou de "tesouros inesperados da arte moderna", incluindo Quirguistão, Ucrânia, Moldávia e Belarus.

Herwig descobriu a arquitetura inusitada dos pontos soviéticos em 2002, quando fazia uma viagem de bicicleta de Londres, na Grã-Bretanha, até São Petersburgo, na Rússia.

"Eu estava jogando um jogo em que tinha que fotografar algo diferente a cada hora e vi um ponto de ônibus perfeito. Com o passar dos anos a série cresceu enquanto eu explorava a Ásia Central", disse à BBC Brasil.

"Para mim, isso foi uma janela única para a imaginação de muitas pessoas que frequentemente eram oprimidas criativamente. Nos dá a chance de olhar para um lugar e um momento na história através das pessoas que viveram nesse período. De certo modo, as fotos me parecem retratos."

O fotógrafo, que atualmente documenta a crise dos refugiados sírios na Jordânia em parceria com o Unicef e a UNHCR (agência de refugiados da ONU), diz que a descoberta tornou suas viagens mais emocionantes.

"Encontrar esses pontos de ônibus, às vezes em estradas remotas e não asfaltadas, eram as melhores descobertas inesperadas. Obras de arte que, primeiro, parecem fora de lugar, mas, depois de apreciar a paisagem ao redor delas, parece perfeita. Me deu mais uma razão para viajar e me sentir um explorador, um espião."

"Espero encorajar as pessoas a viajar e abrir seus olhos para todos os tesouros esquisitos, maravilhosos e pouco apreciados que estão por aí", diz Herwig. As imagens foram reunidas no livro Ponto de ônibus soviéticos, publicado pela editora Fuel e vendido na Amazon.