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Caçada a suspeitos de atividades terroristas paralisa Bruxelas

Youssef Boudlal/Reuters
Imagem: Youssef Boudlal/Reuters

22/11/2015 10h06

Um dia após elevar o alerta de terror para o nível máximo, a capital da Bélgica, Bruxelas, acordou neste domingo sob forte esquema de segurança, com a polícia buscando vários suspeitos de envolvimento em atividades terroristas.

O metrô permanece fechado até pelo menos a tarde deste domingo. A população foi aconselhada a evitar locais com grande aglomeração de pessoas.

O esquema de segurança foi implementado após autoridades afirmarem que Bruxelas poderia ser alvo de ataques semelhantes aos ocorridos em Paris há cerca de uma semana, que deixaram 130 mortos e mais de 350 feridos.

Enquanto isso, policiais realizam buscas por possíveis envolvidos em atividades ligadas ao terrorismo. A caçada a um dos suspeitos dos ataques em Paris, Salah Abdeslam, que está foragido, continua.

Salah foi descrito pela polícia como "armado" e "perigoso". Amigos dizem que ele retornou a Bruxelas e estaria tentando viajar à Síria.

O governo belga vai revisar o esquema de segurança na cidade no fim da tarde deste domingo.

Pelo segundo dia consecutivo, militares continuam patrulhando as ruas de Bruxelas, considerada o "centro nervoso" dos ataques à capital francesa. As ações teriam sido planejadas na capital belga, onde vivia a maioria dos envolvidos nos atentados.

Segundo Jambon, "a ameaça de terror na Bélgica não terminará" até que Salah Abdeslam seja encontrado.

"Mas ameaça que enfrentamos é mais ampla do que aquela representada por um único suspeito de terrorismo", disse ele ao canal de TV VRT.

Não ficou claro se Jambon se referia àqueles envolvidos nos ataques de Paris, ou a outros extremistas que estariam possivelmente planejando um ataque à Bélgica.

Ruas desertas

O dia amanheceu silencioso nas ruas da capital do país. No sábado à noite, o centro da cidade estava praticamente vazio, com bares e restaurantes fechando as portas mais cedo do que o previsto.

A embaixada dos Estados Unidos em Bruxelas recomendou a americanos vivendo no país que permanecessem dentro de casa, enquanto o Comando Europeu dos EUA emitiu uma restrição de 72 horas a viagens com destino à cidade.

Até agora, três pessoas foram acusadas formalmente por autoridades belgas de envolvimento nos ataques de Paris, cuja autoria foi assumida pelo grupo autodenominado 'Estado Islâmico'.

Segundo a imprensa francesa, nove extremistas islâmicos estariam por trás dos atentados, realizados na sexta-feira, 13. Sete deles morreram no mesmo dia.

Um dos homens que levou Salah Abdeslam de volta à Bélgica afirmou à sua advogada que ele estava vestido com uma "grande jaqueta" e que possivelmente carregava um cinto de explosivos amarrado à cintura.

Em entrevista à rede de TV americana ABC News, amigos de Abdeslam disseram ele estaria escondido em Bruxelas e tentando desesperadamente viajar à Síria.

Eles acrescentaram que, além de ser o alvo número 1 da caçada policial na Europa, Abdeslam estaria sendo monitorado por integrantes do 'EI' descontentes com o fato de que ele não se explodiu durante os ataques a Paris.

'Mortos no camarim'

Vocalista da banda de rock americana Eagles of Death Metal, que se apresentava em casa de shows em Paris no momento dos ataques, disse que fãs foram mortos no camarim

No sábado, integrantes da banda de rock americana Eagles of Death Metal, que se apresentava na casa de shows Le Bataclan no momento dos ataques, deram a primeira entrevista após o massacre.

O vocalista Jesse Hugues afirmou que os fãs que haviam se escondido no camarim da banda foram encontrados pelos atiradores e mortos à queima roupa, exceto um deles, que se escondeu debaixo da jaqueta de couro de Hugues.

Visivelmente emocionado, Hugues afirmou que "a principal razão pela qual muitos foram mortos foi porque muitas pessoas não queriam deixar seus amigos para trás. Muitas pessoas se colocaram como escudos para outras".