Egito manda oito a julgamento por quebra de máscara mortuária de faraó Tutancâmon
Oito funcionários do Museu Egípcio, no Cairo, irão a julgamento pelo episódio de uma desastrada tentativa de reparos na máscara mortuária do faraó Tutancâmon. Os acusados vão responder negligência, e a recomendação da promotoria no Egito é o mais novo capítulo em uma comédia de erros que teve início há um ano.
Entre os indiciados estão um ex-diretor e o antigo responsável pelo Departamento de Restaurações do museu
Em janeiro do ano passado, funcionários do museu alertaram as autoridades sobre danos ao artefato de mais de 3 mil anos de idade, ligado a um dos mais famosos monarcas da história egípcia, e uma imensa atração turística em um país que tem o turismo como uma das principais atividades econômicas.
Uma inspeção mostrou que a barba da máscara mortuária tinha quebrado e sido reparada de forma tosca, como se tivesse sido colada às pressas. Diretores do museu deram versões contraditórias para o incidente - uma de que a barba tinha sido quebrada acidentalmente e outra de que tinha sido removida depois de ficar frouxa.
Segundo depoimentos, o incidente teria ocorrido em agosto de 2014, durante uma operação de manutenção.
O governo determinou uma investigação e, segundo a promotoria, foi apurado que funcionários do museu tentaram quatro vezes reconstruir a máscara, inclusive usando um tipo de material colante inapropriado.
"Ignorando todos os métodos científicos de restauração, os suspeitos tentaram esconder o crime usando ferramentas de metal afiadas para remover partes visíveis da cola, o que danificou o artefato", disse a promotoria, em um comunicado veiculado na mídia egípcia.
Em outubro, uma equipe internacional de restauradores foi ao Cairo para fazer os reparos necessários na máscara, que voltou a ser exibida ao público em dezembro.
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