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Serviço secreto de Stalin teria analisado fezes de Mao Tsé-Tung

Steven Rosenberg

28/01/2016 20h30

Um ex-agente soviético afirma ter evidências de que Joseph Stalin, então comandante da URSS, espionou o líder chinês Mao Tsé-Tung e outros por meio de uma técnica que, para construir retratos psicológicos, fazia uso da análise de excrementos.

E isso foi um experimento supersecreto.

De acordo com reportagens de jornais russos, nos anos 1940 a polícia secreta de Stalin criou um departamento especial para obter fezes das vítimas de espionagem.

O alvo mais ambicioso era conseguir os excrementos de líderes estrangeiros.

'Extravagante'

As informações sobre o programa secreto foram dadas pelo ex-agente Igor Atamanenko. Ele disse ter descoberto o projeto quando fazia uma pesquisa nos arquivos do serviço secreto russo.

"Naqueles tempos os soviéticos não tinham os aparelhos de monitoramento que os serviços secretos têm hoje", afirmou ele à imprensa russa.

"Por causa disso, nossos especialistas desenvolveram as mais extravagantes maneiras de extrair informação de uma pessoa."

Atamanenko disse que Lavrenti Beria, homem de confiança de Stalin, foi colocado na chefia do laboratório secreto.

Atamanenko explicou à BBC como a suposta pesquisa era feita.

"Por exemplo, se eles detectavam altos índices de aminoácido triptófano, concluíam que a pessoa era calma e era possível se aproximar dela", disse.

"Mas uma falta de potássio nas fezes era vista como um sinal de disposição nervosa e de que a pessoa tinha insônia."

Mao

Atamanenko afirma que espiões soviéticos usaram esse sistema para avaliar o líder chinês Mao Tsé-Tung em dezembro de 1949, quando ele visitou Stalin em Moscou. Eles teriam instalado banheiros especiais para Mao - conectados a caixas secretas, e não ao esgoto.

Segundo o relato, Stalin só assinou um acordo com ele após a análise de suas fezes.

Um dos jornais mais populares de Rússia, o Komsomolskaya Pravda, afirma que o sucessor de Stalin, Nikita Khrushchev, acabou com o projeto e fechou o laboratório.

A BBC entrou em contato com o FSB, o Serviço Federal de Segurança da Rússia, para tentar confirmar que esse projeto secreto de Stalin realmente existiu. Mas o órgão tinha pouco a dizer.

A resposta foi apenas: "Não podemos comentar essa reportagem".