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Os 'superconfessores' que o papa enviará para perdoar pecados graves pelo mundo

17/02/2016 19h12

O papa Francisco enviará mais de mil padres em uma missão global de perdão a pecados graves que, normalmente, só o próprio pontífice ou altas autoridades da Igreja Católica podem absolver.

Os Missionários da Misericórdia, apelidados de "superconfessores", receberam a incumbência especial por conta do ano do jubileu do Vaticano, que termina em novembro.

Francisco tem dito com frequência que a Igreja precisa ser menos rígida e crítica e declarou este ano como o ano santo da misericórdia para divulgar uma mensagem de perdão, especialmente entre católicos que se afastaram da fé e buscam motivos para retomá-la.

Em uma cerimônia no Vaticano na última terça-feira, o papa falou para cerca de 700 dos padres escolhidos, dizendo que os penitentes devem ser recebidos com o braços abertos, em vez de serem julgados com um "senso de superioridade".

"Não será com a clava do julgamento que teremos sucesso em trazer as ovelhas perdidas de volta", disse ele na reunião realizada no Palácio Apostólico.

Aborto e planejar assassinato do papa

Os padres se voluntariaram ou foram escolhidos por seus superiores em dioceses ao redor do mundo. Espera-se que eles cumpram sua missão especial de um ano em países como Burundi, Egito, China e Emirados Árabes.

Um dos padres deve viajar por comunidades inuit no Ártico canadense, enquanto outro planeja um tour em uma van por locais remotas da Austrália.

Pecados considerados graves, como macular pão e vinho consagrados, violar o sigilo da confissão e planejar a morte do papa, normalmente só podem ser perdoados por bispos mais graduados, autoridades do Vaticano ou o próprio pontífice.

O aborto também é considerado pela Igreja como uma "transgressão séria", que no entanto não está na lista de pecados perdoáveis pelos "superconfessores". Mas Francisco anunciou no ano passado que ele permitirá durante todo o ano santo que padres comuns confiram a absolvição a mulheres que desejem se arrepender.

O papa disse reconhecer que algumas mulheres sentem não ter outra opção a não ser a "agoniante" decisão de realizar um aborto.