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Hillary vence com apoio de distritos 'brasileiros' e Trump dispara

02/03/2016 03h46

Em sua vitória nas prévias Democratas na Superterça, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton contou com o apoio de áreas de Massachusetts com significativa presença de brasileiros.

Hillary venceu em Boston e em vários distritos vizinhos que abrigam numerosa comunidade brasileira desde a década de 1990, entre os quais Framingham, Shrewsbury e Worcester.

Estima-se que até 300 mil pessoas tenham migrado do Brasil para Massachusetts, dono da maior comunidade brasileira nos Estados Unidos. Grande parte do grupo mora no país irregularmente, mas muitos imigrantes se regularizaram e conquistaram o direito de votar.

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Não há detalhes sobre como os eleitores brasileiros votaram nas prévias em Massachusetts. A ex-secretária de Estado tem se dado melhor que Sanders entre eleitores de minorias étnicas, e é possível que os brasileiros estejam reforçando essa tendência.

O Estado era um dos principais alvos do senador Bernie Sanders na Superterça. Por ser vizinho de sua base eleitoral, Vermont, e ter características demográficas que lhe pareciam favoráveis, o senador esperava vencer ali com uma boa margem.

Mas a disputa foi bastante apertada. Hillary levou pouco mais de 50% dos votos, contra 48.5% dados a Sanders.

Na rodada de terça-feira estavam em jogo cerca de um quarto dos votos dos delegados eleitorais que definirão os candidatos Democrata e Republicano nas convenções dos dois partidos.

Pelas regras do sistema eleitoral americano, torna-se candidato quem receber mais votos de delegados eleitorais, distribuídos por cada Estado conforme sua população. Os partidos Democrata e Republicano realizam prévias separadas em cada um dos Estados americanos.

Hillary venceu 7 das 11 prévias do dia. Mais uma vez a pré-candidata foi impulsionada pela votação de eleitores negros, derrotando Sanders com folga em todos os seis Estados com presença relevante do grupo.

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Já Sanders venceu a rival em Oklahoma, Colorado, Minnesota e Vermont.

A rodada não foi um desastre para o senador, mas reduziu suas chances de êxito. Para ultrapassar Hillary, ele teria de derrotá-la com amplas margens em Estados bem populosos (como Nova York, Califórnia e Flórida). O cenário é improvável, segundo as pesquisas.

Na disputa Republicana, Trump também venceu em 7 das 11 prévias, com resultados especialmente favoráveis em Estados do sul com alto percentual de eleitores evangélicos.

O segundo colocado entre os Republicanos foi o senador Ted Cruz, que venceu as prévias em Oklahoma e em seu bastião eleitoral, o Texas, o mais populoso Estado da Superterça.

Em Massachusetts - e nas regiões com grande concentração de brasileiros - Trump ganhou com boa vantagem sobre o segundo colocado no Estado, o governador de Ohio, John Kasich.

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Mas nem mesmo os triunfos de Cruz podem ser considerados ruins para Trump. Ao ganhar sobrevida na disputa, Cruz deve continuar a dificultar a formação de uma coalizão em torno do senador Marco Rubio (Flórida), o pré-candidato preferido pelos dirigentes Republicanos e que ficou em terceiro na rodada.

Nos últimos dias, Rubio mudou a estratégia e elevou o tom das críticas a Trump.

Ao ganhar em Minnesota nesta terça, ele finalmente obteve sua primeira vitória na corrida. O desempenho não parece ter sido suficiente para afastar dúvidas sobre a viabilidade de sua candidatura.