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Ataques aéreos destruíram R$ 2,8 bi em dinheiro do Estado Islâmico, dizem EUA

27/04/2016 13h49

Ataques aéreos liderados pelos EUA destruíram pelo menos US$ 800 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões) em espécie mantidos pelo grupo autodenominado Estado Islâmico (EI), segundo um militar americano.

O general Peter Gersten, baseado em Bagdá, no Iraque, disse que os EUA fizeram seguidos ataques a locais usados pelo grupo extremista para guardar dinheiro.

Segundo ele, o impacto nas finanças do Estado Islâmico contribuiu para um aumento de 90% no número de pessoas que abandonaram o grupo e também motivou uma baixa no recrutamento de novos militantes.

Em 2014, o Departamento do Tesouro dos EUA classificou o Estado Islâmico como a "organização terrorista com melhor financiamento" da qual tinha conhecimento.

Gersten, comandante-adjunto de operações e inteligência na ofensiva contra o EI, afirmou que houve 20 ataques aéreos contra depósitos de dinheiro do grupo.

Ele não especificou como os EUA estimaram a quantidade de dinheiro destruído.

Em um caso, disse, uma quantia estimada em US$ 150 milhões (cerca de R$ 530 milhões) foi destruída em uma casa em Mosul, no Iraque.

Forças que combatem o EI receberam informações de inteligência indicando o quarto da casa em que os recursos estavam guardados. O quarto foi bombardeado em um ataque aéreo, afirmou o general.

Embora seja difícil precisar o montante que foi inutilizado, as estimativas vão de US$ 500 milhões a US$ 800 milhões, afirmou.

O poder financeiro do Estado Islâmico é desconhecido, mas após tomar campos de petróleo e estabelecer cobrança de impostos em áreas que controla, o grupo aprovou um orçamento de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 7 bilhões) e estimou um superávit de US$ 250 milhões (R$ 880 milhões) no ano passado.

Desde então, contudo, o grupo perdeu território, e seus campos de petróleo foram alvo de ataques da coalizão liderada pelos EUA.

Disfarces em fuga

Informações de inteligência dos EUA indicam que os problemas de caixa do EI estão levando o grupo a vender carros para conseguir dinheiro, disse Gersten.

Em janeiro, o Observatório Sírio para Direitos Humanos, grupo de monitoramento da guerra síria com base na Inglaterra, informou que o EI anunciou que cortaria o salário de seus combatentes pela metade devido a "circunstâncias excepcionais" enfrentadas pelo grupo.

"Estamos vendo uma quebra na moral do grupo, dificuldade de pagamento e de combate, estamos vendo militantes tentando deixar o Daesh (denominação árabe para o EI) de toda maneira", afirmou o general.

Ele disse que alguns desertores foram capturados em disfarces de mulher ou como refugiados no Iraque.

O número de novos militantes que ingressam no Estado Islâmico no Iraque e na Síria caiu para 200 por mês, segundo Gersten, após um pico de 1.500 a 2.000 por mês em 2015.

Em fevereiro, a Casa Branca informou acreditar que o EI contaria com cerca de 25 mil combatentes, ante 31,5 mil em 2015.

A Turquia tem estado sob pressão dos EUA para reforçar seus controles de fronteira com a Síria e impedir a passagem de pessoas para áreas controladas pelo EI.

Nesta semana, os EUA confirmaram a instalação de lançadores de foguetes na Turquia, na região de fronteira com o território sírio sob controle do grupo extremista.