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'Me fingi de morto para ele não atirar em mim', diz frequentador de boate em Orlando

Ex-mulher de atirador nos EUA diz que sofria abusos

SBT Online

BBC Mundo

15/06/2016 11h47

Para sobreviver ao ataque à boate Pulse, em Orlando, Ángel Colón usou uma estratégia conhecida: ficou no chão e se fingiu de morto. Mesmo assim, enfrentou momentos de pavor: "Podia ver o agressor atirando em todo mundo, inclusive nos que já estavam mortos".

O ataque, que deixou 49 mortos, foi o mais violento feito a tiros na história moderna norte-americana.

Colón foi atingido por três balas, em sua mão, perna e bacia.

"Sou o próximo, ele vai me matar", pensou ele quando o atirador, Omar Mateen, voltou a disparar em direção a sua cabeça. Ele já estava caído.

O agressor matou a mulher que estava exatamente ao lado de Colón.

Segundo ele, Mateen ficou calmo enquanto disparava contra as vítimas, uma a uma, em diferentes áreas da boate.

"Essa pessoa não tinha piedade, não tinha coração", disse. "Não sei como pôde fazer algo assim", disse.

Em uma cadeira de rodas, ele agradeceu a equipe do hospital que, segundo ele, esteve sempre ao seu lado. "Vou amá-los para sempre."

Cronologia: assim foi o ataque à boate gay em Orlando

New York Times

Feridos

Além dos mortos, 53 pessoas ficaram feridas no ataque. Seis ainda estão internadas em estado grave.

O cirurgião especialista em traumas Michael Cheatham disse que "não o surpreenderia" que o número de mortos aumentasse.

O médico diz também que muitos dos mortos tinham sido alvejadas na cabeça. Uma das pessoas baleadas na cabeça ainda está na UTI, diz.

Outro funcionário do hospital disse que seus colegas médicos se emocionaram e até choraram com a extensão das lesões dos feridos.

Ataque

Ainda não se sabe exatamente os motivos que levaram Mateen a realizar o ataque.

Mateen, americano de origem afegã, teria jurado lealdade ao grupo autodenominado Estado Islâmico, mas não há, segundo as investigações preliminares, evidência de ligação direta sua com o grupo.

Também há relatos de que ele era homofóbico e se sabe que havia se irritado muito ao ver um casal de homens se beijando em Miami.

Ao mesmo tempo, porém, há informações de que Mateen visitou a boate Pulse em várias ocasiões durante os últimos três anos e interagiu com homens em aplicativos de relacionamento online.

A polícia também investiga se a mulher de Mateen tem ligação com o ataque. Ela admitiu que sabia de seus planos mas diz que tentou dissuadi-lo. Ela pode ser indiciada como cúmplice e por não ter avisado às autoridades sobre a iminência do ataque.