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Maioria dos negros americanos diz ser tratada injustamente e que igualdade 'não foi alcançada'

Jeff Roberson/AP
Imagem: Jeff Roberson/AP

10/07/2016 12h12

A maioria dos negros americanos diz ser tratada injustamente e que a igualdade racial 'não foi alcançada', segundo um novo estudo.

O levantamento foi realizado pelo Pew Research Center, nos Estados Unidos.

A pesquisa também mostrou que americanos brancos e negros têm visões distintas sobre raça e discriminação racial.

Segundo a pesquisa, 85% dos negros entrevistados afirmaram que o país tem de mudar, mas apenas 55% dos brancos disseram o mesmo.

O levantamento foi divulgado em meio a uma forte onda de tensão racial nos Estados Unidos, especialmente em relação à morte de negros pela polícia.

No ano passado, por exemplo, três em cada dez pessoas mortas pela polícia eram negras, apesar de apenas 13% da população dos Estados Unidos ser negra.

Em 2014, a morte do adolescente negro Michael Brown, no Estado do Missouri, desencadeou protestos ao redor do país e fortaleceu o movimento Black Lives Matter ("As vidas dos negros importam", em tradução livre).

O relatório também mostrou que:

  • A proporção dos negros que reclama da atenção dada às relações raciais nos Estados Unidos é duas vezes maior do que a dos brancos.
  • Há um apoio generalizado entre os negros americanos ao movimento Black Lives Matter.
  • A distância entre os americanos brancos e negros na segurança econômica se ampliou.
  • Brancos americanos se dividem sobre questões raciais de acordo com colorações partidárias.
  • A maioria dos negros americanos entrevistados (71%) diz que já sofreu discriminação.

"Os negros, muito mais do que os brancos, dizem que os negros são tratados injustamente em diferentes etapas da vida, desde lidar com um policial a contrair um empréstimo ou uma hipoteca. E, para muitos negros, a igualdade racial permanece como um objetivo incerto", dizem os autores do estudo.

Foram entrevistados para a pesquisa 3.769 adultos entre 29 de fevereiro a 8 de maio deste ano. Do total, 1.799 eram brancos, 1.004 negros e 654 hispânicos.