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Por que uma ex-candidata dos EUA tenta reunir fundos para pedir recontagem de votos

Jill Stein, candidata do Partido Verde às eleições presidenciais dos EUA em 2016 - Dominick Reuter/Reuters
Jill Stein, candidata do Partido Verde às eleições presidenciais dos EUA em 2016 Imagem: Dominick Reuter/Reuters

25/11/2016 13h08

Jill Stein, candidata do Partido Verde à presidência dos Estados Unidos nas eleições do começo de novembro, está busca uma recontagem dos votos em três unidades federativas.

Stein afirma que já conseguiu o dinheiro para financiar a recontagem no Wisconsin. A ex-candidata está fazendo uma campanha de financiamento coletivo e quer também uma recontagem de votos nos Estados de Michigan e Pensilvânia.

Donald Trump foi o vencedor na Pensilvânia e em Wisconsin por uma margem pequena de votos e vai vencendo em Michigan, apesar de o Estado ainda não ter declarado quem foi o vencedor mais de duas semanas depois da votação.

Em seu site, Stein disse acreditar que as recontagens são necessárias "para deixar claro que o sistema eleitoral dos Estados Unidos não é confiável".

"Depois de uma corrida presidencial divisiva e dolorosa, informações sobre invasões em bancos de dados de eleitores e partidos, bem como em contas individuais de email, levaram muitos americanos a se perguntarem se os resultados de nossa eleição são confiáveis. Estas questões precisam ser investigadas antes de a eleição presidencial de 2016 ser homologada", escreveu.

"Nós merecemos uma eleição na qual podemos confiar."Até a manhã desta sexta-feira, a campanha de financiamento da ex-candidata já tinha arrecadado mais de US$ 4,6 milhões (mais de R$ 15 milhões). A meta é chegar asUS$ 7 milhões.

Outros pedidos

Jill Stein não é a única a querer a recontagem dos votos.

No dia 22 de novembro, a revista New York informou que um grupo de especialistas, liderados pelo advogado especializado em lei eleitoral John Bonifaz e pelo diretor do Centro de Segurança e Sociedade da Universidade de Michigan, J Alex Halderman, tinham entrado em contato com a equipe da campanha da candidata democrata Hillary Clinton.

Os especialistas insistiram que a equipe da democrata entrasse com o pedido de recontagem em Michigan, Wisconsin e Pensilvânia.

Em um artigo no site Medium, Halderman reiteirou suas preocupações com a vulnerabilidade das máquinas de votação eletrônica. O especialista escreveu que o fato de os resultados nos três Estados terem sido diferentes do que o previsto nas pesquisas de opinião "provavelmente não foi" causado por hackers.

O mais provável, segundo o artigo, é que as pesquisas de opinião antes das eleições foram "sistematicamente equivocadas".

Mas Halderman também afirmou que "a única forma de saber se um ciberataque mudou o resultado é examinar de perto as provas físicas disponíveis".

No entanto, os pedidos de recontagem de votos não receberam apoio da campanha de Hillary Clinton. Ou do Partido Democrata.

E a questão é urgente para os interessados, pois há um prazo para que os candidatos peçam a recontagem.

A data-limite para Wisconsin é nesta sexta-feira, 25 de novembro. Na Pensilvânia, o prazo é dia 28 e, em Michigan, o limite é 30 de novembro.

Wisconsin

De acordo com a imprensa local, os resultados não oficiais do Estado do Wisconsin mostraram que Trump ganhou com uma vantagem de apenas 27 mil votos para Hillary.

Os resultados da BBC mostram que o presidente eleito venceu com 47,9% dos votos contra 46,9% dos votos da democrata.

Jill Stein conseguiu apenas 1% dos votos naquele Estado.

Nas sete eleições anteriores, o Estado tinha votado nos democratas.

Uma vitória de Hillary no Wisconsin não seria suficiente para levar a democrata à Casa Branca, já que o Estado tem direito a apenas dez votos no colégio eleitoral.

Mas vitórias em Wisconsin, Michigan e Pensilvânia poderiam ter garantido a vitória à Hillary.

Segundo o jornal Wisconsin State Journal, o diretor da comissão eleitoral do Estado, Michael Haas, informou que seu departamento estava se preparando para executar a recontagem, mas que não viu "nenhuma razão para suspeitar que algum equipamento de votação tenha sido manipulado".

Até o momento, os outros candidatos ainda não se manifestaram quanto à possibilidade de recontagem dos votos.

Partidários de Hillary já estão usando a hashtag #AuditTheVote ("Verifiquem o Voto", em tradução livre).