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Conheça as propostas dos principais candidatos à presidência da França

Principais candidatos à Presidência da França, da esquerda para a direita: François Fillon, Benoit Hamon, Marine Le Pen, Emmanuel Macron e Jean-Luc Mélenchon  - Getty Images
Principais candidatos à Presidência da França, da esquerda para a direita: François Fillon, Benoit Hamon, Marine Le Pen, Emmanuel Macron e Jean-Luc Mélenchon Imagem: Getty Images

22/04/2017 18h48

O primeiro turno das eleições presidenciais na França acontece neste domingo cercado de expectativa.

Quase 47 milhões de eleitores franceses devem comparecer às urnas.

O pleito é considerado crucial para definir o futuro da União Europeia (UE).

Com vários candidatos antieuropeus, que prometem a saída da França do bloco, e inúmeros outros que defendem mudanças profundas, a votação poderá resultar no enfraquecimento ou até mesmo no fim da UE e da zona do euro.

A França, juntamente com a Alemanha, é um dos países fundadores da UE e chamada de "locomotiva" da construção do bloco.

Entre as propostas dos candidatos estão desde a demissão de servidores à redução da idade mínima da aposentadoria, passando pela legalização da maconha.

Conheça os principais candidatos e suas propostas:

Marine Le Pen, da Frente Nacional (extrema direita)

20.abr.2017 - A líder da Frente Nacional de extrema direita, Marine Le Pen, em entrevista à TV estatal France 2 - Martin Bureau/AFP Photo - Martin Bureau/AFP Photo
Imagem: Martin Bureau/AFP Photo

-Suprimir o 'direito de solo' para aquisição da nacionalidade francesa. Diferentemente do 'direito de sangue', o direito de solo é o princípio pelo qual uma nacionalidade pode ser reconhecida a um indivíduo de acordo com seu lugar de nascimento

-Proibir o uso de símbolos religiosos em todos os espaços públicos e incluir o veto na legislação trabalhista.

-Reimplantar a idade mínima para aposentadoria para 60 anos em vez dos 62 atuais.

-Inscrever na Constituição a "prioridade nacional", com criação de impostos sobre novas contratações de trabalhadores estrangeiros

-Reduzir drasticamente a imigração legal de cerca de 200 mil pessoas por ano, atualmente, para apenas 10 mil

-Retirar a nacionalidade francesa de pessoas com dupla nacionalidade investigadas por ligações com o islamismo radical

-Reduzir o número de parlamentares, atualmente de 577 deputados e 348 senadores, para 300 e 200, respectivamente

-Criar uma taxa adicional de 3% sobre importações de países que praticam concorrência desleal, o chamado "protecionismo inteligente"

Emmanuel Macron, do Em movimento! (centrista)

20.abr.2017 - Ex-ministro e candidato liberal independente à Presidência da França, Emmanuel Macron, em entrevista à TV estatal France 2 - Martin Bureau/Pool/Reuters - Martin Bureau/Pool/Reuters
Imagem: Martin Bureau/Pool/Reuters

-Exigir 'ficha limpa' de candidatos e proibir que parlamentares contratem familiares

-Suprimir 120 mil vagas de servidores

-Restabelecer o serviço militar obrigatório

-Reduzir a proporção dos gastos públicos em relação ao PIB, com corte de 60 bilhões de euros (R$ 202 bilhões) durante os cinco anos de mandato

-Implementar um plano de investimento de 50 bilhões de euros (R$ 169 bilhões), incluindo incentivos à formação profissional e à transição energética

-Aumentar as pensões mínimas de aposentadoria em 100 euros (R$ 350,00) por mês.

-Criar 15 mil vagas de prisão e contratar 10 mil policiais civis e militares

-Criar mecanismo de controle de investimentos estrangeiros em setores industriais estratégicos

-Lutar contra a otimização fiscal de grandes grupos de internet

Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa (extrema esquerda)

20.abr.2017 - O candidato de extrema esquerda, Jean-Luc Mélenchon, em entrevista à TV estatal France 2 - Martin Bureau/AP - Martin Bureau/AP
Imagem: Martin Bureau/AP

-Aumentar o salário mínimo em 16% para 1,3 mil euros líquidos (R$ 4,4 mil)

-Implementar novas faixas do Imposto de Renda e criar alíquota de 90% para ganhos acima de 34 mil mensais (R$ 115 mil)

-Reimplantar idade mínima para aposentadoria para 60 anos em vez dos 62 atuais.

-Reunir uma Assembleia Constituinte para escrever, sob o controle dos cidadãos, uma nova Constituição.

-Contratar pelo menos 60 mil professores, além de policiais e funcionários do serviço hospitalar.

-Tirar a França da OTAN (Aliança do Tratado do Atlântico Norte), da OMC (Organização Mundial do Comércio), do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.

-Tornar inelegível para sempre políticos condenados por corrupção e permitir, por plebiscito, a revogação de mandatos políticos, inclusive do presidente

-Investir 100 bilhões de euros (R$ 350 bilhões) em projetos de moradia, ecológicos e serviços públicos.

François Fillon, de Os Republicanos (direita tradicional)

25.nov.2016 - François Fillon, candidato da direita nas primárias para as eleições presidenciais na França em 2017 - Joel Saget/ AFP - Joel Saget/ AFP
Imagem: Joel Saget/ AFP

-Demitir 500 mil servidores

-Acabar com a atual jornada de trabalho de 35 horas semanais, permitindo que cada empresa decida por meio de convenções coletivas. Em média, os franceses já trabalham 39 horas, mas isso é compensado com o pagamento de horas extras ou dias de folga

-Inscrever na Constituição o princípio de cotas de imigração e reforçar o direito do solo, impondo uma série de condições, como escolarização e ausência de condenação penal

-Aumentar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos em vez dos 62 atuais

- Suprimir os regimes especiais de aposentadoria

-Reduzir os gastos públicos em 100 bilhões de euros (R$ 350 bilhões) no período de 5 anos

-Acabar com o Imposto de Solidariedade Sobre a Fortuna (ISF), cobrado de quem possui patrimônio superior a 1,3 milhão de euros (R$ 4,4 milhões). O ISF gera receitas de mais de 5 bilhões de euros (R$ 17 bilhões)

Benoît Hamon, do Partido Socialista (esquerda tradicional)

29.jan.2017 - Ex-ministro da Educação, Benoît Hamon comemora indicação do Partido Socialista para disputar as eleições presidenciais - Christian Hartmann/Reuters - Christian Hartmann/Reuters
Imagem: Christian Hartmann/Reuters

-Criar a chamada Renda Universal de Existência para pessoas (de jovens a aposentados) que ganham pouco menos de dois salários mínimos por mês (2,2 mil euros ou R$ 7,4 mil), com um complemento de renda de algumas centenas de euros

-Investir 3% do PIB em pesquisas e desenvolvimento e 2% do PIB na Defesa.

-Dar prioridade ao "made in France"

-Criar uma taxa suplementar sobre os lucros de multinacionais

-Aumentar a pensão mínima de aposentadoria em 10%

-Autorizar a eutanásia

-Legalizar o consumo da maconha para maiores de idade

-Contratar 40 mil professores

-Manter a cobertura de saúde de imigrantes ilegais e em situação precária, que representa gastos de cerca de 800 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões) por ano

-Reforçar o controle de gastos de parlamentares

-Realizar plebiscito sobre o direito de votos dos estrangeiros (atualmente, apenas europeus podem votar em eleições municipais e europeias na França)