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Esposas do Estado Islâmico: por que me aliei ao califado na Síria

27/07/2017 07h57

Entre milhares de pessoas que deixaram suas casas e se aliaram ao Estado Islâmico (EI), estão - ou estavam - mulheres e crianças.

Uma delas, Eman Othmani, conta que vivia na Tunísia quando ela e seu marido foram atraídos pela mensagem do grupo extremista.

"Eu assistia a vídeos na internet em que eles cantavam músicas islâmicas, e eles seguiram a sharia (a lei islâmica)", lembra.

O casal aderiu ao grupo em Raqqa, na Síria, mas lá a visão de Eman sobre o EI começou a mudar.

“Eu temia pela vida dos meus filhos, do meu marido. Eles vinham à noite e levavam nossos maridos e os matavam”, conta.

Eman está entre algumas das mulheres que decidiram escapar do grupo extremista; ela está detida em um acampamento a 50 quilômetros de Raqqa controlado por forças americanas.

Em março, os EUA enviaram algumas centenas de fuzileiros navais à Síria para ajudar forças curdas no cerco a Raqqa, o último bastião do EI na Síria.

O filho mais novo de Eman, que nasceu na cidade, brincava com outras crianças que também viveram seus primeiros meses ou anos de vida sob a norma do Estado Islâmico.

Mas agora, Eman tem certeza que quer voltar para casa e criar o filho longe do califado. Ela espera ser aceita por sua família.

"Todos cometem erros", afirma.

Em geral, as mulheres que se unem ao califado costumam assumir tarefas domésticas ou os cuidados das crianças. Mas algumas assumem papéis de liderança e fazem parte dos combates armados.

"Havia uma mulher que torturava outras mulheres. E se alguém falasse mal do EI, ela viria e a levaria embora para a prisão do grupo e diria aos homens que era uma espiã", lembra Khadija Al-Omary, que também escapou do Estado Islâmico e estava detida no mesmo local que Eman.