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Quais são os países que ainda apoiam Maduro após a eleição para a Constituinte

23.nov.2015 - Nicolás Maduro cumprimenta Vladimir Putin durante encontro em Teerã - Sergei Chirikov/Pool photo via AP
23.nov.2015 - Nicolás Maduro cumprimenta Vladimir Putin durante encontro em Teerã Imagem: Sergei Chirikov/Pool photo via AP

02/08/2017 11h55

Enquanto Brasil, EUA, México e UE condenam realização de pleito, governo de Nicolás Maduro conta com respaldo de Rússia, Cuba e Bolívia.

A polêmica eleição para uma nova Assembleia Constituinte, realizada no último domingo, e cujo comparecimento ficou abaixo de 50% do eleitorado até nas estatísticas oficiais divulgadas, parece estar deixando a Venezuela ainda mais isolada da comunidade internacional.

Estados Unidos, União Europeia, Brasil, Argentina, México e Colômbia foram algumas das vozes que criticaram o presidente Nicolás Maduro pela realização do pleito que, na prática substitui um Legislativo eleito em dezembro de 2015 com ampla maioria de cadeiras para a oposição.

Essas nações também anunciaram que não vão reconhecer a Assembleia Constituinte. Em sua mais recente nota sobre o assunto, o Itamaraty pediu a suspensão da instalação da entidade, que definiu como "a criação de um poder paralelo". Washington chamou Maduro de "ditador".

Por outro lado, Rússia, Cuba, Bolívia e Equador foram os principais países a manifestar apoio a Maduro.

O governo cubano acusou especificamente os EUA de orquestrar o isolamento internacional da Venezuela.

"Cuba denuncia essa operação internacional, dirigida por Washington, destinada a silenciar a voz do povo venezuelano e ignorar sua vontade por meio de ataques e sanções", disse um comunicado da chancelaria da ilha.

Cuba tem sido a principal voz pró-Maduro desde sua eleição, em 2013.

Moscou, por sua vez, criticou os países que "querem ignorar os resultados das eleições". Em um comunicado, o governo russo criticou ainda a oposição venezuelana, argumentando que ela "ignorou os convites para participar do processo e ainda provocou tumulto" - em uma referência aos protestos nas ruas de Caracas e outras grandes cidades do país.

Mas a Rússia utilizou também um tom mais conciliador, pedindo que países considerando sanções contra Caracas deixem de lado "planos destrutivos que podem aguçar a polarização da sociedade venezuelana".

Ja a Bolívia disse torcer para que a Assembleia Constituinte seja um "espaço de diálogo e reconciliação para os venezuelanos". O presidente do país, Evo Morales, foi o primeiro chefe de Estado a defender publicamente o resultado do pleito de domingo.

"Não entendo que os governos de Colômbia, México e Panamá, submissos aos EUA, digam não reconhecer os resultados de hoje (domingo) na Venezuela", escreveu Morales em sua conta no Twitter.

"Todos os países temos dignidade e soberania, por isso exigimos respeito. E que não se intrometam ou intervenham na Venezuela", acrescentou o presidente boliviano.

O Equador, em um comunicado bem menos efusivo que o de Morales, expressou "apoio a todo processo de diálogo que busque a paz e a reconciliação" no país vizinho.

"O Equador mantém uma posição de respeito ao povo venezuelano e seu direito de expressar sua vontade", disse um comunicado da chancelaria do país, que criticou ainda o que o governo vê como ingerências em assuntos internos do país por parte de outras nações.

El Salvador e Nicarágua também manifestaram apoio à Venezuela. O presidente salvadorenho Salvador Sánchez Cerén, felicitou o país pelo seu "extraordinário processo eleitoral".