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Por que há tantos terremotos - e tão fortes - no México?

20/09/2017 04h58

Um poderoso terremoto de magnitude 7,1 abalou a região central do México na terça-feira, às 13h14 do horário local (15h14 em Brasília), deixando um rastro de destruição e mais de 200 mortos.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos localizou o epicentro do terremoto a 51 km de profundidade nos arredores da cidade de Axochiapan.

Coincidindo com o 32º aniversário do devastador terremoto de 1985, que causou milhares de mortes no país, o sismo de terça-feira levou pânico aos 20 milhões de habitantes da capital mexicana.

O terremoto veio menos de duas semanas depois de o sudoeste do México ser sacudido por outro tremor, de magnitude 8,1, que deixou pelo menos 100 mortos.

Mas por que o México é tão propenso a sofrer tantos e tão fortes movimentos sísmicos?

A resposta está em sua localização geográfica.

Círculo de fogo

O país encontra-se no Círculo de Fogo do Pacífico, uma grande área em formato de ferradura com alta atividade sísmica e que liga a América e a Ásia.

"90% de todos os terremotos no mundo e 80% dos maiores terremotos ocorrem no Círculo de Fogo do Pacífico", destaca Hernando Taveras, diretor do departamento de sismologia do Instituto de Geofísica do Peru (IGP).

Além do México, esta região - também conhecida como Anel de Fogo - inclui, no lado da costa Pacífica do continente americano, Equador, Chile, Estados Unidos, Peru, Bolívia, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Honduras, Guatemala e parte do Canadá.

Na altura das Ilhas Aleutas, no norte do Oceano Pacífico, entre o Alasca e a península de Kamchatka, na Rússia, fica a curva superior da ferradura, que então dobra para a esquerda, incluindo a costa e ilhas da Rússia, Japão, Taiwan, Filipinas, Indonésia, chegando a Papua-Nova Guiné e Nova Zelândia.

O leito do Oceano Pacífico repousa sobre várias placas tectônicas e "o fato de a atividade sísmica ser intensa no Círculo de Fogo se deve à convergência destas e a sua fricção, o que faz com que a tensão seja liberada", explica Taveras. O México, especificamente, tem abaixo de seu território três das principais placas tectônicas do planeta: Cocos, Norte-Americana e do Pacífico.

Também no Anel de Fogo estão mais de 75% dos vulcões ativos e inativos no mundo, com 452 crateras.

O México também tem um histórico de atividade vulcânica. Os vulcões Popocatépetl e Ixtaccíhuatl, por exemplo, a sul da Cidade do México, ocasionalmente expelem gases que podem ser claramente vistos da capital. Em 1994 e 2000, o Popocatépetl ficou ativo e forçou a evacuação de vilas e cidades nos seus arredores.