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'Não havia para onde correr': testemunhas relatam momentos de pânico em Las Vegas

02/10/2017 17h18

“Começaram a atirar, e todo mundo pensou a princípio que eram fogos ou algo assim. E as pessoas começaram a cair no chão ao redor de nós.”

Foi desta forma que uma mulher que estava entre as 22 mil pessoas na plateia de um festival de música country em Las Vegas, nos Estados Unidos, descreveu como um momento de festa e alegria se transformou em um cenário de pânico.

“Quando saímos por trás, começamos a ver as pessoas que foram alvejadas e as pessoas mortas, e foi aí quando me dei conta: ‘Isso é real’”, disse ela.

Na madrugada desta segunda-feira, o cantor Jason Aldean encerrava sua apresentação quando tiros começaram a ser disparados contra o público, deixando ao menos 58 mortos e 515 feridos neste que já é o tiroteio mais letal da história recente dos Estados Unidos.

“Ouvimos os tiros, e acho que ninguém se deu conta do que estava acontecendo até ouvirmos a segunda rajada”, disse outra testemunha.

“Havia tiros e sangue por todos os lados, foi horrível. Você ouve sobre isso na TV, mas não acha que vai acontecer com você.”

A polícia apontou Stephen Paddock como o sendo o atirador que estava em um quarto do 32º andar do hotel e cassino Mandalay Bay. Ele se matou quando policiais se encaminhavam ao local para prendê-lo.

“Todo mundo começou a correr, e não havia para onde correr, porque você não conseguia saber de onde estava vindo”, descreveu outra mulher que estava no festival.

'Você pode me ajudar?'

Um homem descreveu como Paddock “continuou atirando, então, parou um pouco e disparou mais 15-20 tiros”. “Foi quando nos demos conta de que era uma arma automática.”

Uma mulher contou como viu pessoas descalças em fuga. Ao chegar ao seu carro, encontrou um homem se escondendo sob o veículo.

“Ele havia levado um tiro e disse: ‘Você pode me ajudar?’. Então, eu o coloquei no meu carro, havia seis pessoas dentro do meu carro.”

Ainda em choque, uma mulher deixava a arena e se recordava de como os tiros “simplesmente não paravam”.

“Eram rajadas muito curtas. Havia intervalos entre os tiros. Mas parecia ser algo que acontecia por 20 minutos seguidos. E, sempre que havia um intervalo, nós corríamos e corríamos”, conta ela.

“Tantas pessoas, cidadãos comuns, médicos, policiais, pais, enfermeiros de folga, todo mundo se comunicando e trabalhando juntos: ‘Você cuida dessa pessoa, você cuida dessa, você, dessa’. Foi horrível, mas incrível ver todas essas pessoas se unindo.”