Mãe de criança que aparece em vídeo do EI, americana não quer voltar aos EUA
Uma mulher americana que viveu com o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico (EI) na Síria por mais de dois anos contou sua história pela primeira vez.
Sam El Hassani afirmou na conversa, durante a qual estava sendo vigiada por forças de segurança curdas, que ela foi enganada e levada com seus dois filhos para Raqqa, então 'capital' do EI, por seu marido, Mousa. Uma das crianças, Matthew, chegou a aparecer em um vídeo de propaganda do EI.
"Muitas pessoas vão assistir a esse vídeo e ver Matthew como uma ameaça aos americanos. Eles vão ver uma criança que aparentemente sabe usar armas. Que talvez saiba usar uma bomba", questiona a reportagem.
"Isso foi feito para parecer assim. É propaganda. É para parecer assim", responde ela. "Todos esses vídeos lindamente produzidos são tudo mentira, é tudo propaganda."
O marido de Sam morreu após um ataque aéreo. Ela escapou de Raqqa com os filhos. Mas eles acabaram capturados por forças curdas.
Sua irmã, Lora, tenta tirar Sam e as crianças da Síria. Mas hoje ela parece não querer voltar aos EUA.
"Neste momento, preciso sentar e pensar no que é melhor para meus filhos”, diz. "O governo vai tentar tirar meus filhos de mim? Mesmo que eu não tenha feito nada além de tentar protegê-los?". Questiona.
"Aqui dão escola a eles. Eles dão comida, dão tudo. Lá, estou sem dinheiro, não tenho nada."
Acompanhada durante 18 meses, a história de Sam será contada em um documentário produzido em parceria pelo programas Panorama da BBC e Frontline do canal público americano PBS.
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