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Grupo flagrado tentando usar ônibus sem pagar na Colômbia é obrigado a limpar chão

 Grupo de 50 pessoas foi punido com a limpeza de um terminal de ônibus em Bogotá - Reprodução/Twitter
Grupo de 50 pessoas foi punido com a limpeza de um terminal de ônibus em Bogotá Imagem: Reprodução/Twitter

19/09/2018 11h44

Autoridades da capital colombiana, Bogotá, puniram de modo inusitado um grupo de 50 cidadãos que havia tentado usar o ônibus sem pagar passagem: eles foram obrigados a limpar um dos terminais de transporte.

A empresa TransMilenio, responsável pelo sistema de ônibus, tuitou fotos e vídeos da limpeza com a hashtag #NoMasColadosEnTM - "colados" é a palavra usada para descrever as pessoas que pulam a catraca ou encontram outros modos de deixar de pagar a passagem.

A punição dividiu opiniões: houve quem aplaudisse a medida e houve quem questionasse sua eficácia.

A evasão do pagamento é um considerado um grande problema em Bogotá. Estima-se que 70 mil pessoas - das 2,6 milhões que usam o TransMilenio diariamente - não paguem a tarifa, seja pulando a catraca, "colando-se" a pagantes na catraca ou pulando muros, às vezes até mesmo arriscando suas vidas.

Anualmente, a cidade multa dezenas de milhares de pessoas acusadas de serem "colados".

Campanhas educativas e a instalação de muros e catracas têm tido pouco sucesso em mitigar o problema, segundo autoridades.

https://twitter.com/TransMilenio/status/1042077633083846656

Nas redes sociais, o tuíte mostrando os cidadãos limpando o terminal de ônibus 20 de Julio teve mais de 2 mil curtidas em menos de um dia.

A chefe da polícia de transportes María Elena Gómez Méndez afirmou que a ideia por trás do mutirão de limpeza era educativa, de ensinar os que não pagam passagem que "esse não é o jeito de usar o sistema de transporte público".

Os que aplaudiram a medida afirmaram que as pessoas punidas "devem aprender a pagar pelos serviços públicos como faz a grande maioria dos bogotanos trabalhadores".

Mas críticos disseram que o serviço de ônibus, que sofre de problemas crônicos - como superlotação e altos índices de furto e assédio sexual - não vale o que custa. Também pediram mais investimentos em melhorias, em vez de punir os evasores.

A passagem simples custa por volta do equivalente a R$ 3, e a multa por não pagar é de cerca de R$ 170.