Topo

4 promessas que Bolsonaro fez ao mundo no Fórum Econômico Mundial de Davos

22.jan.2019 - Presidente Jair Bolsonaro discursa durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça - Fabrice COFFRINI / AFP
22.jan.2019 - Presidente Jair Bolsonaro discursa durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça Imagem: Fabrice COFFRINI / AFP

22/01/2019 14h45

No Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente Jair Bolsonaro fez um discurso focado em atrair investidores e parceiros estrangeiros. Chegou a prometer que, até o fim do mandato, o Brasil será um dos 50 melhores países do mundo para se investir em negócios.

Ele também não abriu mão de reforçar algumas de suas plataformas de campanha, como a defesa da "família" e dos "direitos humanos verdadeiros", além de fazer ataques à "esquerda", à "ideologização" e ao "bolivarianismo".

Bolsonaro não detalhou, porém, as medidas que pretende adotar- usou apenas 15 dos 30 minutos que tinha para discursar e responder a perguntas feitas pelo presidente do fórum, o alemão Klaus Schwab.

A BBC News Brasil reúne aqui as quatro principais promessas feitas pelo presidente em sua primeira aparição internacional.

Confira a íntegra do discurso de Bolsonaro em Davos

UOL Notícias

1. Incluir Brasil em ranking de 50 melhores para os negócios

Bolsonaro lançou, durante o discurso, um objetivo ambicioso: incluir, até o final do mandato, o Brasil no ranking de 50 melhores países para investir.

"Tenham certeza de que, até o final do meu mandato, nossa equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios", afirmou.

Os caminhos para alcançar isso, segundo ele, passam pela abertura de mercados, a privatização de empresas e a desburocratização.

"Vamos diminuir a carga tributária, simplificar as normas, facilitando a vida de quem deseja produzir, empreender, investir e gerar empregos", disse.

"Trabalharemos pela estabilidade macroeconômica, respeitando os contratos, privatizando e equilibrando as contas públicas."

Após o discurso, ele foi perguntado pelo mediador sobre as medidas concretas de que pretende lançar mão.

"Diminuir o tamanho do Estado, fazer as reformas da Previdência e tributária, e investir em educação, que hoje é um tanto quanto ainda não eficiente", respondeu.

O presidente também repetiu diversas vezes ao longo da fala que quer tirar a influência "ideológica" das decisões políticas e econômicas do Brasil.

"Vamos tirar o viés ideológico dos nossos negócios", afirmou.

Bolsonaro ainda disse que defenderá a "propriedade privada" e os contratos, além de "resgatar nossos valores".

"Vamos defender a família e os verdadeiros direitos humanos; proteger o direito à vida e à propriedade privada e promover uma educação que prepare nossa juventude para os desafios da quarta revolução industrial, buscando, pelo conhecimento, reduzir a pobreza e a miséria."

2. Que a 'esquerda' não prevaleça

Mas, ao mesmo tempo em que falou em abrir o país para o comércio com "todos" e defendeu que questões "ideológicas" não interfiram em decisões do governo, Bolsonaro afirmou que vai trabalhar para que a esquerda e o "bolivarianismo" não prevaleçam na América do Sul.

"Estamos preocupados em fazer uma América do Sul grande e que cada país mantenha a sua hegemonia local. Não queremos uma América bolivariana como há pouco existia no Brasil, em governos anteriores", afirmou, citando que vem conversado com os presidentes da Argentina e Paraguai sobre formas de "aperfeiçoar" o Mercosul.

"Esta forma de interagir com os demais países da América do Sul vem contagiando esses países. E mais gente de centro e centro-direita têm se elegido presidente nesses países. Creio que isso seja uma resposta de que a esquerda não prevalecerá nessa região, o que é muito bom não só para o Brasil, mas para o mundo."

Bolsonaro em Davos: queremos fazer reformas e tirar viés ideológico

UOL Notícias

3. Atuar em 'sintonia com o mundo' na redução de emissões

Durante a campanha presidencial, Bolsonaro chegou a defender que o Brasil deixasse o Acordo de Paris, que prevê metas de redução de gases do efeito estufa. Mas, após tomar posse, não voltou a mencionar essa intenção, e seu ministro do Meio Ambiente afirmou que o país não deve deixar o tratado.

No discurso em Davos, Bolsonaro defendeu que o "meio ambiente tem que estar casado com o desenvolvimento" e garantiu que o Brasil é "o país que mais protege o meio-ambiente".

Por outro lado, disse que está aberto a "aperfeiçoar" a proteção ambiental e que pretende estar em sintonia com o mundo na redução de emissões.

Uma eventual retirada do Brasil do Acordo de Paris é motivo de preocupação de líderes globais, principalmente europeus. O acordo já sofreu uma baixa importante com a saída dos Estados Unidos por decisão do presidente Donald Trump.

"O meio ambiente tem que estar casado com desenvolvimento, nem para um lado nem para o outro. Nós temos o agronegócio, que é de conhecimento de todos. A parte da agricultura ocupa menos de 9% do território nacional e a pecuária, 20%. Hoje 30% do Brasil são florestas. Então, damos exemplo para o mundo", afirmou.

"O que podemos aperfeiçoar faremos. E nós pretendemos estar sintonizados com o mundo na busca pela redução de CO2 e na preservação do meio ambiente."

Bolsonaro: Meio ambiente tem que estar casado com desenvolvimento

UOL Notícias

4. Que turistas possam visitar o Brasil com 'segurança'

Além de tentar atrair investidores e parceiros comerciais, Bolsonaro procurou defender o Brasil como destino turístico e prometeu atuar intensamente na área da segurança para que visitantes tenham tranquilidade.

"Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas famílias, pois somos um dos primeiros países em belezas naturais, mas não estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo", afirmou.

"Conheçam a nossa Amazônia, nossas praias, nossas cidades e nosso Pantanal. O Brasil é um paraíso, mas ainda é pouco conhecido!"