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Queimadas na Amazônia: enquanto Bolsonaro critica oferta do G7, ministro da Defesa diz que 'toda ajuda é bem-vinda'

General da reserva, o ministro da Defesa disse que ajuda internacional no combate a incêndios não afeta a soberania nacional - Sergio Lima/AFP
General da reserva, o ministro da Defesa disse que ajuda internacional no combate a incêndios não afeta a soberania nacional Imagem: Sergio Lima/AFP

Laís Alegretti - @laisalegretti - Da BBC News Brasil em Londres

26/08/2019 12h09

Fernando Azevedo e Silva disse à BBC News Brasil que ajuda no combate a incêndios não afeta soberania

A eventual ajuda de outros países no combate a incêndios na Amazônia não afeta a soberania nacional, na avaliação do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro diz que há "intenções atrás da ideia de uma aliança" para ajudar no combate ao fogo na Amazônia, o ministro disse em entrevista à BBC News Brasil que "toda ajuda é bem-vinda", ao comentar a possibilidade de apoio técnico de outros países.

"Ajuda no combate ao incêndio não afeta (soberania nacional)", afirmou. "Não é ingerência, é questão de ajuda técnica."

Azevedo e Silva disse que o governo "está avaliando a necessidade" de ajuda internacional e não comentou propostas específicas.

Para ele, no entanto, houve "um exagero" e "uma crítica muito forte" na repercussão internacional das queimadas na Amazônia. "Houve períodos de queimadas maiores que o atual", disse.

O ministro concedeu entrevista por telefone à BBC News Brasil, antes de reunião de coordenação da atuação das Forças Armadas na Amazônia, na manhã desta segunda-feira (26).

Até aquele momento, Bolsonaro ainda não havia publicado a mensagem no Twitter em que menciona "intenções" do G7.

"Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma "aliança" dos países do G-7 para "salvar" a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém", escreveu Bolsonaro na rede social.

No Palácio da Alvorada, Bolsonaro também fez críticas e deu a entender que o G7 queria algo em troca por ajudar a Amazônia.

"Macron promete ajuda de países ricos à Amazônia. Será que alguém ajuda alguém, a não ser uma pessoa pobre, né, sem retorno? Quem é que está de olho na Amazônia? O que eles querem lá?", afirmou à imprensa.

Nesta segunda-feira, a cúpula do G7 chegou a um acordo para oferecer ajuda no combater às queimadas na Floresta Amazônica.

Os líderes do grupo - formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido - concordaram em liberar 20 milhões de euros (cerca de R$ 91 milhões) para a Amazônia.

Militares na Amazônia

Questionado sobre ajudas externas que poderiam ser úteis, Azevedo e Silva mencionou que as Forças Armadas estão atuando com duas aeronaves próprias para combater incêndios (C-130 Hércules) e que poderia ser interessante ter reforço de equipes especializadas no combate ao fogo.

O ministro lembrou que 43 mil integrantes das Forças Armadas já estão na região da Amazônia Legal.

Na sexta-feira, depois de pressão internacional por causa dos incêndios na Amazônia, Bolsonaro autorizou o emprego de militares em uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para combater as queimadas.

Segundo o Ministério da Defesa, até a noite de domingo, sete Estados que compõem a Amazônia Legal tiveram autorizada a solicitação, pelo Palácio do Planalto, para emprego da Garantia da Lei e da Ordem Ambiental - Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.


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