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Como arqueólogos descobriram o 'maior sacrifício em massa' de crianças

Especialistas acreditam que as crianças foram sacrificadas para apaziguar deuses venerados pelo povo Chimú - AFP
Especialistas acreditam que as crianças foram sacrificadas para apaziguar deuses venerados pelo povo Chimú Imagem: AFP

30/08/2019 06h57

Cientistas encontram restos de 227 menores um ano depois de terem desenterrado outras 200 crianças no Peru e acreditam que elas foram oferecidas em sacrifício realizado há mais de 500 anos para apaziguar deuses do povo peruano Chimú.

Uma equipe de arqueólogos no Peru descobriu restos mortais do que acreditam ter sido o maior sacrifício em massa de crianças da história.

Os corpos de 227 crianças com idade entre 5 e 14 anos foram encontrados na cidade costeira de Huanchaco, a 570 km ao norte de Lima, no Peru.

Segundo disseram os arqueólogos à agência de notícias AFP, alguns dos corpos ainda tinham cabelo e pele no momento em que foram desenterrados.

Ainda não está claro em que ano morreram, mas os especialistas acreditam que as crianças tenham sido sacrificadas há mais de 500 anos.

A descoberta acontece pouco mais de um ano após os restos mortais de outras cerca de 200 crianças, também vítimas de sacrifícios humanos, terem sido localizados em outros lugares no Peru.

De acordo com a pesquisa, os corpos indicam que as execuções ocorreram em uma época em que o clima estava úmido e foram enterrados em frente ao mar, o que seria uma evidência de que, provavelmente, tenham sido sacrificados para apaziguar deuses do povo Chimú.

Sacrifício de crianças no Peru - AFP - AFP
Arqueólogos acreditam ainda ser possível descobrir mais corpos de crianças
Imagem: AFP

Os Chimú viviam no litoral norte do Peru e foram uma das civilizações mais poderosas da região. A civilização Chimú teve seu apogeu entre 1200 e 1400, antes de serem subjugados pelos incas que, por sua vez, acabaram colonizados pelos espanhóis.

Os Chimú adoravam um deus da lua que chamavam de Shi. Diferente dos incas, acreditavam que era mais poderoso que o sol. Os devotos regularmente usavam sacrifícios e outras oferendas durante os rituais espirituais.

O trabalho de escavação dos arqueólogos continua no lugar onde os restos foram encontrados. Eles acreditam ser possível descobrir mais corpos.

"Onde quer que você cave, há outro (corpo)", disse à AFP o arqueólogo-chefe Feren Castillo.