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Os bebês vendidos por R$ 3,8 mil em mercado clandestino no Quênia

18/11/2020 21h06Atualizada em 18/11/2020 23h08

Em algum lugar, o filho de Rebecca tem 10 anos. Ele pode estar em Nairóbi, onde ela mora, ou em algum outro lugar. Ele também pode, ela sabe em seu coração, estar morto. A última vez que viu Lawrence Josiah, seu primogênito, ela tinha 16 anos. Eram cerca de 2h da manhã, em março de 2011, e Rebecca estava sonolenta depois de cheirar um lenço embebido em combustível de aviação — um produto barato nas ruas da cidade.

Rebecca cheirava combustível de aviação para ganhar a coragem de ir até estranhos e pedir esmola. Quando Rebecca tinha 15 anos, a mãe dela não conseguia mais sustentá-la ou pagar suas mensalidades escolares, e foi quando ela começou a viver na rua. Ela conheceu um homem mais velho que prometeu se casar com ela, mas em vez disso a engravidou e foi embora. No ano seguinte, Lawrence Josiah nasceu, e Rebecca o criou por um ano e alguns meses até aquela noite em que ela fechou os olhos e nunca mais o viu.

"Embora eu tenha outros filhos, ele foi meu primogênito, ele me fez mãe", disse ela, lutando contra as lágrimas. "Procurei em todos os centros infantis, em Kiambu, Kayole, e nunca mais o encontrei."

Rebecca ainda vive nas mesmas ruas de Nairóbi. Ela é pequena, com maçãs do rosto salientes e cabelos curtos e trançados. Ela tem mais três filhos agora: meninas de oito, seis e quatro anos. A mais nova foi pega uma vez, disse ela, por um homem que estava rondando a área e alegou que a menina de apenas um ano de idade tinha pedido a ele para lhe pagar uma bebida. Rebecca o seguiu até um carro depois, ela disse, onde uma mulher estava esperando. No dia seguinte, ele estava de volta.

Não é preciso procurar muito para encontrar histórias semelhantes nas ruas onde Rebecca mora, ao lado de outros desabrigados de Nairóbi. O filho de três anos de Esther desapareceu em agosto de 2018. "Nunca estive em paz desde que perdi meu filho", disse ela. "Procurei por ele todo o caminho até Mombaça."

Já se passaram cinco anos desde que o filho de dois anos de Carol foi sequestrado no meio da noite. "Eu o amava muito", disse ela. "Eu os perdoaria se eles simplesmente me devolvessem meu filho."

Mulheres vulneráveis estão sendo perseguidas em Nairóbi para alimentar um crescente mercado negro de bebês. Ao longo de uma investigação de um ano, a BBC Africa Eye encontrou evidências de crianças sendo raptadas de mães sem-teto e vendidas com lucros enormes. Descobrimos tráfico ilegal de crianças em clínicas de rua e bebês roubados sob encomenda em um grande hospital público.

E, em um esforço para expor esses abusos, a reportagem combinou comprar uma criança abandonada de um funcionário do hospital, que usou documentos legítimos para ficar com a guarda de um menino de duas semanas antes de vendê-lo diretamente para nós.

Os ladrões de bebês variam de oportunistas vulneráveis a criminosos organizados — geralmente os dois elementos trabalhando juntos. Entre as oportunistas estão mulheres como Anita, que bebe muito, é usuária de drogas e vive na rua e fora dela — e ganha dinheiro roubando filhos de mulheres como Rebecca, com foco em mães com filhos menores de três anos.

O Africa Eye soube da existência de Anita por intermédio de uma amiga dela, que quis permanecer anônima. A amiga, que pediu para ser chamada de Emma, disse que Anita tinha métodos diferentes para sequestrar crianças na rua.

"Às vezes, ela fala com a mãe primeiro, para tentar ver se ela sabe o que ela planeja fazer", disse Emma. "Outras vezes ela vai drogar a mãe, dar remédio para dormir ou cola. Às vezes, ela brinca com a criança."

"Anita tem muitas maneiras de obter crianças."

Passando-se por potenciais compradores, a equipe da BBC Africa Eye marcou um encontro com Anita em um bar no centro de Nairóbi frequentado por vendedores de rua. Anita nos contou que estava sob pressão de seu chefe para roubar mais filhos e descreveu um recente sequestro.

"A mãe era nova nas ruas, parecia estar confusa, sem saber o que estava acontecendo", disse ela. "Ela confiou seu filho a mim. Agora eu estou com ele."

Anita disse que sua chefe era uma empresária que comprava bebês roubados de pequenos criminosos e os vendia com lucro. Alguns dos clientes eram "mulheres estéreis, então para elas isso é uma espécie de adoção", disse ela, mas "alguns os usam para sacrifícios".

"Sim, eles são usados para sacrifícios. Essas crianças simplesmente desaparecem das ruas e nunca mais são vistas."

Essa informação sombria ecoou algo que Emma já havia nos contado: que Anita disse que alguns compradores "levam as crianças para rituais".

Na verdade, depois que Anita vende uma criança, ela sabe pouco sobre o destino do bebê. Ela vende para a empresária: as meninas por 50.000 xelins (R$ 2.420) e os meninos, por 80.000 xelins (R$ 3.880). Essa é aproximadamente a taxa atual em Nairóbi para roubar uma criança de uma mulher na rua.

"A empresária, ela nunca diz o que faz com as crianças", disse Emma. "Eu perguntei a Anita se ela sabe o que a mulher faz com eles, e ela me disse que não se importa se ela os leva para a feitiçaria ou algo assim. Desde que ela tenha dinheiro, ela não pergunta."

Logo após a primeira reunião, Anita ligou para marcar outra. Quando chegamos, ela estava sentada com uma menina que ela disse ter cinco meses e que pegara momentos antes, depois de ganhar a confiança da mãe.

"Ela me deu por um segundo e eu fugi com ela", disse.

Anita disse que tinha um comprador para comprar a garota por 50.000 xelins. Emma, nossa fonte, tentou intervir, dizendo que havia sido apresentada a um comprador que poderia pagar 80.000 xelins.

"Isso é bom", disse Anita. "Vamos fechar o acordo para amanhã."

Uma reunião foi marcada para 17h. Como a vida de uma criança estava em perigo, o Africa Eye informou a polícia, que montou uma operação policial para prender Anita e resgatar a criança, assim que nosso comprador a encontrasse. Provavelmente seria a última oportunidade de proteger essa menina antes que ela desaparecesse.

Mas Anita nunca apareceu e, apesar de tentarmos por dias, não conseguimos encontrá-la. Semanas depois, Emma finalmente a localizou. Ela nos contou que Anita disse que encontrou uma proposta de compra de valor mais alto e usou o dinheiro para construir uma casa de dois cômodos em uma das favelas da cidade. A criança se foi. A polícia ainda tem uma investigação aberta sobre Anita.

'Suponha que façamos isso'

Não existem estatísticas confiáveis sobre o tráfico de crianças no Quênia — nenhum relatório do governo, nenhuma pesquisa nacional abrangente. As agências responsáveis por encontrar crianças desaparecidas e rastrear o mercado clandestino têm poucos recursos e pessoal. Uma das poucas salvaguardas para as mães cujos filhos são levados é a Missing Child Kenya, uma ONG fundada e dirigida por Maryana Munyendo. Em seus quatro anos de operação, a organização já trabalhou em cerca de 600 casos, disse Munyendo.

"Este é um problema muito grande no Quênia, mas é pouco relatado. No Missing Child Kenya, mal tocamos a superfície." A questão "não foi priorizada nos planos de ação de resposta ao bem-estar social", disse ela.

Em parte, isso se deve ao fato de se tratar de um crime cujas vítimas tendem a ser mulheres vulneráveis e sem voz, como Rebecca, que não têm recursos ou capital social para chamar a atenção da mídia ou impulsionar ações das autoridades.

"A subnotificação tem uma forte correlação com a situação econômica das vítimas", disse Munyendo. "Elas (mulheres) não têm recursos, redes e informações para poder ir a algum lugar e dizer: 'Ei, alguém pode acompanhar o caso do meu filho desaparecido?'"

A força motriz do mercado clandestino é um estigma cultural persistente em torno da infertilidade. "A infertilidade não é uma coisa boa para uma mulher em um casamento africano", disse Munyendo. "Espera-se que você tenha um filho e deve ser um menino. Se não puder, pode ser expulsa de casa. Então, o que você faz? Você rouba uma criança."

Uma mulher nessa situação provavelmente será colocada em contato com um traficante como a chefe de Anita, que usa pessoas vulneráveis para sequestrar crianças na rua. Ou podem se conectar a alguém com acesso a um hospital.

De acordo com a investigação da Africa Eye, redes de tráfico de crianças operam dentro dos muros de alguns dos maiores hospitais administrados pelo governo em Nairóbi. Por meio de uma fonte, abordamos Fred Leparan, assistente social clínico do hospital Mama Lucy Kibaki. É trabalho de Leparan proteger o bem-estar das crianças vulneráveis nascidas em Mama Lucy. Mas nossa fonte disse que Leparan estava diretamente envolvido no tráfico. A fonte combinou um encontro com Leparan e disse-lhe que conhecia uma mulher desesperada para comprar um filho depois de não conseguir engravidar.

"Estou com um menino no hospital", respondeu Leparan. "Eles o deixaram há duas semanas e nunca mais voltaram."

Segundo nossa fonte, não foi a primeira vez que Leparan conseguiu vender uma criança.

"O último caso me assustou", disse Leparan na reunião, registrada pela equipe da Africa Eye. "Suponha que façamos isso, eu quero um plano que não nos causará problemas mais tarde", disse ele.

Crianças como o menino abandonado oferecido por Leparan devem ser levadas a um orfanato governamental enquanto são colocadas oficialmente com pais adotivos, que precisam passar por verificações de antecedentes e da previdência social. Quando são vendidos ilegalmente por pessoas como Fred Leparan, ninguém sabe ao certo aonde vão parar.

Passando-se por uma mulher chamada Rose, uma repórter do Africa Eye se encontrou com Leparan em um escritório perto do hospital. Leparan fez algumas perguntas superficiais sobre o status de Rose. Ela disse que era casada, mas não podia conceber e estava sob pressão da família do marido para dar à luz.

"Você já tentou adoção?", Leparan perguntou.

"Nós pensamos sobre isso, mas parece um pouco complicado", respondeu Rose.

Com isso, Leparan concordou. O preço seria de 300.000 xelins (R$ 14,5 mil).

"Se fecharmos este negócio, seremos apenas nós três: eu, você e ele", disse ele, apontando para Rose e nossa fonte. "Meu problema é confiar em alguém. É muito arriscado. Isso me preocupa muito."

Ele disse que entraria em contato para providenciar a venda.

Escolha de Adama

Entre os ladrões de rua como Anita e os funcionários corruptos como Leparan, existe outra camada no negócio de tráfico de crianças de Nairóbi. Em algumas favelas da cidade, você pode encontrar clínicas de rua ilegais com salas de parto para gestantes. Essas clínicas improvisadas são um local conhecido para o comércio de bebês no mercado clandestino.

Trabalhando com uma jornalista local, Judith Kanaitha, da Ghetto Radio, a equipe da Africa Eye abordou uma clínica no bairro de Kayole, em Nairóbi, onde vivem milhares dos residentes mais pobres da cidade. De acordo com Kanaitha, o comércio de bebês está crescendo em Kayole.

A clínica que abordamos é operada por uma mulher conhecida como Mary Auma, que disse ter trabalhado como enfermeira em alguns dos maiores hospitais de Nairóbi.

Kanaitha se passou por uma compradora. Dentro da clínica, duas mulheres já estavam em trabalho de parto.

"Esta aqui, ela está grávida de oito meses e meio, está quase pronta para dar à luz", disse Auma, sussurrando. Ela se ofereceu para vender o bebê a Kanaitha por 45.000 xelins (R$ 2,1 mil)

Auma não parecia preocupada com o bem-estar da mãe após o nascimento. "Assim que ela conseguir seu dinheiro, ela irá", disse ela, acenando com a mão. "Deixamos claro, elas nunca mais voltam."

Adama era a mulher na clínica cujo bebê, ainda na barriga, estava sendo negociado por Auma.

Adama estava falida. Como Rebecca, ela foi abandonada pelo homem que a engravidou, e a gravidez custou-lhe o emprego em uma construção quando ela não podia mais carregar sacos pesados de cimento. Durante três meses, o proprietário de onde ela morava deixou que ela vivesse lá, depois a expulsou e fechou o local com tábuas.

Então Adama decidiu vender seu bebê. Mary Auma não estava oferecendo a ela os 45.000 xelins que ela tentava cobrar de nós. Ela disse a Adama que o negócio era de apenas 10.000 (R$ 480).

"O local era sujo, ela usava um pequeno recipiente para sangue, não tinha bacia e a cama não estava limpa", disse Adama mais tarde, em entrevista em sua aldeia. "Mas eu estava desesperada e não tinha escolha."

Adama disse que, no dia em que entramos na clínica, Mary Auma acabara de induzir seu parto, sem aviso, dando comprimidos para ela engolir. Auma tinha um comprador e estava ansiosa para fazer uma venda.

Mas o parto não foi tranquilo. O bebê tinha problemas no peito e Auma disse a Adama para levá-lo ao hospital Mama Lucy para tratamento. Após duas semanas, Adama recebeu alta com o bebê. Ela mandou uma mensagem para Auma, e Auma nos mandou uma mensagem.

"Um novo bebê nasceu", escreveu ela. "45.000"

Na clínica, Adama se reencontrou com Auma e sua assistente. "Elas disseram que o bebê parecia bem e se o cliente o quisesse, ele seria levado imediatamente", disse ela.

Adama havia feito a escolha dolorosa de vender seu filho. Agora, porém, ela estava reconsiderando.

"Eu não queria vender meu bebê para alguém que não seria capaz de cuidar dele, ou para alguém que compra bebês para usá-los em outras coisas", disse ela mais tarde.

Então, Adama deixou a clínica naquele dia carregando seu filho. Em vez disso, ela o deixou no hospital infantil administrado pelo governo, onde ele esperaria por pais adotivos e, ela esperava, por uma vida melhor. Ela nunca conseguiu o dinheiro de que precisava. Ela mora sozinha agora, longe de Nairóbi, e às vezes sonha com o filho e acorda de madrugada pensando nele. Às vezes, se ela não consegue voltar a dormir, ela caminha pela estrada no escuro até encontrar outra pessoa acordada. Mas ela não se arrepende de sua escolha.

"Sinto-me em paz por ter dado meu bebê ao governo", disse ela, "porque sei que ele está seguro".

Venda no hospital

Fred Leparan, o assistente social clínico do hospital do governo, ligou para dizer que identificou um menino dado por sua mãe que queria roubar para nós. O menino era um dos três filhos do hospital que esperavam para ser transferidos para um orfanato próximo. O trabalho de Leparan era garantir que eles chegassem em segurança.

Mas Leparan sabia que, uma vez que os bebês deixassem o hospital Mama Lucy, haveria uma pequena chance de alguém de lá verificar se eles haviam chegado a seu destino.

No hospital, Leparan preencheu os documentos necessários e bateu papo com a equipe, que não fazia ideia de que uma criança estava sendo roubada em seu turno. Rose, a repórter disfarçada, estava esperando em um carro do lado de fora. Leparan disse às enfermeiras do hospital que trabalhava para o lar infantil e pediu que levassem os bebês para ela. Ele parecia cada vez mais ansioso, mas garantiu à nossa fonte que as enfermeiras não os seguiriam.

"Não, elas não podem, têm trabalho a fazer", disse ele. Em seguida, ele pediu à equipe que saísse rapidamente. "Se continuarmos conversando assim, alguém pode suspeitar", disse ele.

Momentos depois, a equipe saiu do hospital Mama Lucy com três bebês no carro e instruções para entregar apenas dois deles no orfanato. A partir daí, o terceiro bebê poderia ter ido para qualquer lugar, para qualquer pessoa.

A equipe disfarçada entregou as três crianças em segurança à casa, onde serão cuidadas até que uma adoção legítima possa ser arranjada.

Mais tarde naquela tarde, Leparan chamou Rose para uma reunião e a instruiu a colocar o pagamento combinado na mesa. Ele a instruiu a consultar um nutricionista. "A única coisa a ficar de olho é a marca da vacina do menino", disse ele.

"Além disso, tenha cuidado. Tenha muito cuidado."

A BBC procurou Fred Leparan para comentar sobre esta transação, mas ele se recusou. O hospital também recusou pedidos de comentários, e Leparan parece ter mantido seu emprego.

Também informamos uma ONG de direitos da criança sobre a clínica ilegal de rua de Mary Auma em Kayole, que por sua vez informou a polícia. Mas Auma parece ainda estar em atividade. Ela não respondeu quando lhe apresentamos nossas alegações.

E tentamos fazer nossas alegações a Anita, mas ela parecia ter mais uma vez desaparecido nas sombras da rua.

Para as mães cujos filhos foram roubados, nunca haverá qualquer resolução real. A maioria continua no limbo, esperando ver o filho novamente, sabendo que provavelmente não o fará. Rebecca daria "tudo" para ver seu filho, disse ela. "E se ele morreu, eu também gostaria de saber."

No ano passado, ela ouviu que alguém viu um menino em um bairro distante de Nairóbide feições parecidas às de sua filha mais velha, a irmã de Lawrence Josiah. Rebecca sabia que provavelmente não era nada, e ela não tinha como chegar ao bairro e nenhuma ideia onde procurar se o fizesse. Ela foi até a delegacia de polícia local, mas não conseguiu nenhuma ajuda, disse.

"Há uma chance em um milhão de essas mulheres verem seus filhos novamente", disse Maryana Munyendo, do Missing Child Kenya. "Muitas das mães de rua são elas mesmas crianças e são exploradas em sua vulnerabilidade."

Pessoas como Rebecca muitas vezes não são vistas como vítimas do crime, disse Munyendo. "Ninguém deve presumir que as pessoas na rua não têm sentimentos, que não merecem justiça. Eles têm sentimentos. A maneira como você sente falta do seu filho se você mora em uma área rica é a mesma que você sente falta do seu filho se você é uma mãe na rua."

Alguns dos bebês roubados na rua acabarão nas áreas mais ricas. Às vezes Rebecca pensa nas mulheres mais ricas que pagaram por eles - no que é necessário para criar um filho que você sabe que foi roubado de outra pessoa.

"O que estão pensando?", ela disse. "Como se sentem?"

Funcionários presos

Após a investigação da equipe da BBC sobre roubo e venda de bebês, a polícia no Quênia prendeu três funcionários médicos por supostamente comandarem uma organização de tráfico de crianças.

O comando da polícia ordenou uma investigação em hospitais, bem como em lares infantis em Nairóbi. E as investigações revelaram que funcionários estiveram intimamente envolvidos com traficantes de crianças, disse o inspetor-geral de polícia, Hillary Mutyambai.

Os suspeitos não comentaram o caso.

Em uma entrevista coletiva, o ministro do Trabalho e Proteção Social do Quênia, Simon Chelugui, disse que os culpados enfrentariam "toda a força da lei". Ele também reconheceu que são necessárias melhorias em alguns serviços de proteção à criança do Quênia.

O colega dele à frente do Ministério do Interior, Fred Matiang'i, agradeceu à BBC por expor a "podridão" no hospital Mama Lucy. Ele acrescentou que o tráfico de pessoas e drogas são os maiores desafios enfrentados pela segurança do Quênia.

Por Peter Murimi, Joel Gunter e Tom Watson. Reportagem adicional de Kassim Mohamed. Fotos de Brian Inganga.