Leste alemão é apontado como "mais suscetível" à xenofobia
Há claramente "maior suscetibilidade à radicalização xenófoba" no leste do que no oeste da Alemanha, disse ministro do Interior do estado da Renânia-Palatinado, Roger Lewentz, em entrevista publicada nesta segunda-feira (31/08) pelo jornal alemão Die Welt.
Lewentz, que também preside a conferência dos ministros do Interior dos estados alemães, defendeu sua afirmação sustentando que se baseia em evidências reunidas pelo Bundesrat (câmara alta do Parlamento alemão) sobre o partido ultradireitista NPD. Tais informações foram submetidas ao Tribunal Constitucional Federal da Alemanha, como parte de uma nova tentativa de banir a sigla.
As provas, afirma Lewentz, listam 370 incidentes envolvendo o NPD, a maioria ocorrida no leste do país. O político social-democrata do estado no oeste da Alemanha tentou explicar o fenômeno, afirmando que durante décadas os alemães do leste foram menos expostos à cultura e a pessoas de outros países do que os do oeste. No leste, "a coexistência com as pessoas de origem migratória ainda deve ser aprendida", afirmou.
A declaração de Lewentz veio um dia após três governadores de estados do leste alemão insistirem que o extremismo de direita não ocorre com mais frequência na parte oriental da Alemanha do que na ocidental.
O governador do estado de Brandemburgo, Dietmar Woidke, mencionou em entrevista ao jornal Welt am Sonntag que os incêndios criminosos em abrigos de refugiados na Baviera e em Baden-Württemberg provam que a xenofobia é um problema de todo o país.
Seu homólogo do estado da Turíngia, Bodo Ramelow, declarou ao jornal que a hostilidade contra os refugiados é um problema "pangermânico", que deve ser combatido como tal.
Por sua vez, Stanislaw Tilich, governador da Saxônia, onde fica a cidade de Heidenau - palco de violentos protestos contra migrantes, que tiveram grande repercussão nos últimos dias - descreveu o problema como "um desafio para todo o país e para a sociedade".
O Ministério alemão do Interior estima que país vá receber em torno de 800 mil refugiados até o final de 2015.
RC/dpa/afp
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