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Facções rivais anunciam governo de unidade na Líbia

19/01/2016 10h23

Em meio ao caos no país, dividido em dois Parlamentos, conselho afirma que novo gabinete será formado por 32 representantes de todo o país. Negociações foram mediadas pela ONU na vizinha Tunísia.

Representantes de facções rivais na Líbia anunciaram nesta terça-feira (19), após negociações sob mediação da ONU, a formação de um governo de unidade com o objetivo de conter o caos em que o país mergulhou nos últimos anos.

Em comunicado, o Conselho Presidencial de Unidade disse ter chegado a um consenso sobre um gabinete com 32 membros, composto por representantes de todo o país. O conselho, baseado em Túnis, capital da Tunísia, e que inclui membros de ambas as facções rivais, havia postergado o prazo para nomear o governo em 48 horas, em meio a relatos de disputas quanto à distribuição de postos ministeriais.

A Líbia mergulhou em uma terrível desorganização após a deposição e morte do ditador Muammar Gaddafi, em 2011. Desde 2014, a divisão do país somente aumentou, com a formação de dois governos e dois Parlamentos: o reconhecido internacionalmente, no leste do país, e o apoiado pelos islamistas, na capital, Trípoli.

Cada um dos lados conta com o suporte de uma série de milícias. Em meio à desordem, surgiu um afiliado ao Estado Islâmico (EI) no país, que reivindicou a responsabilidade por uma série de ataques mortais. O objetivo do grupo seria expandir seu território e assumir o controle sobre campos de petróleo, a única fonte de riqueza da Líbia.

Potências ocidentais esperam que o novo governo seja capaz de trazer estabilidade ao país e afastar a ameaça crescente representada por aliados do EI. No entanto, muitos dos membros dos Parlamentos rivais não apoiaram o acordo, com críticos afirmando que o plano não representa uniformemente todos os grupos e facções do país.

Ainda não está claro quando e como um novo governo poderá se estabelecer. Segundo o acordo, o novo governo deveria ter sua sede em Trípoli, mas não se sabe se as autoridades baseadas na cidade atualmente, contrárias ao pacto, abririam o caminho para isso.