"Democracia americana é maior que uma só pessoa", diz Obama
Em Atenas, presidente dos EUA tenta afastar temores de que Trump represente ameaça ao sistema democrático, apesar de reconhecer que ele e o sucessor "não poderiam ser mais diferentes".
Em aguardado discurso em Atenas nesta quarta-feira (16), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tentou dissipar temores de que o governo de seu sucessor, Donald Trump, represente uma ameaça à democracia.
"O próximo presidente americano e eu não poderíamos ser mais diferentes", disse o democrata, referindo-se ao republicano, que será empossado no próximo dia 20 de janeiro. "Mas a democracia americana é maior que uma só pessoa", assegurou.
"O meu governo fará o que puder para garantir a transição mais suave possível, pois é assim que a democracia tem que funcionar."
Atenas, considerada o berço da democracia, foi escolhida como ponto de partida para a última viagem oficial de Obama à Europa antes de deixar o cargo. O encerramento será nesta sexta-feira em Berlim.
O presidente americano aproveitou a ocasião para agradecer à Grécia por ter "acendido a chama" que se transformou na democracia moderna ocidental.
"Venho aqui grato por tudo que a Grécia, este pequeno grande mundo, prestou à humanidade ao longo dos anos. A chama acesa aqui em Atenas nunca morreu", disse Obama, acrescentando que os fundadores dos EUA a "insuflaram ainda mais".
Para o líder americano, a desigualdade constitui um dos maiores desafios impostos por uma economia globalizada à democracia mundo afora. Respondendo a preocupações quanto à atual conjuntura mundial, o democrata argumentou que a democracia pode ser "lenta, frustrante, dura, bagunçada", mas que ainda é "melhor que as alternativas".
Obama também afirmou estar confiante de que o comprometimento dos EUA com a Otan continuará existindo, o que, segundo ele, inclui a promessa do país de defender todos os seus aliados no tratado. O presidente não mencionou o nome do sucessor, Trump, mas fez alusões a comentários feitos pelo republicano durante a campanha à Casa Branca.
O magnata sugeriu que os EUA poderiam não defender mais seus parceiros da Otan, pois estes não pagam parcela suficiente dos custos da organização. Ainda nesta quinta-feira, Obama segue para Berlim, onde se encontrará com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, a qual ele já descreveu como "provavelmente minha maior parceira internacional nesses últimos oito anos".
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