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Ataque em Istambul no réveillon deixa dezenas de mortos

01/01/2017 08h42

Pelo menos 39 pessoas morreram e 69 ficaram feridas em Istambul, após um tiroteio em uma casa noturna durante as celebrações de Ano Novo. Autoridades falam em ataque terrorista, e polícia está à caça do atirador.Após um ano violento, a Turquia começa 2017 abalada por um tentado brutal. Centenas de pessoas celebravam o réveillon na casa noturna Reina, às margens do Bósforo, quando um tiroteio deixou pelo menos 39 mortos e 69 feridos, segundo informaram as autoridades turcas na manhã deste domingo (01/01). A polícia lançou uma caçada ao atirador que, segundo testemunhas, estava vestido de papai noel.O ataque na famosa casa noturna começou menos de uma hora após a virada do ano. A polícia conseguiu identificar 21 das vítimas até o momento, 15 das quais são estrangeiros, informou Soylu.O ministro do Interior, Suleyman Soylu confirmou pela TV que o autor do ataque ainda está à solta: "As buscas pelo terrorista continuam... Eu espero [que o atirado] seja capturado logo, Deus queira."O governador de Istambul, Vasip Sahin, descreveu o incidente como um ataque terrorista, acrescentando que "um terrorista com uma arma de longo alcance... brutal e selvagemente perpetrou esse crime ao disparar contra pessoas inocentes que estavam no local apenas para celebrar o Ano Novo e se divertir". Sahin não informou que grupos podem estar envolvidos no ataque.Uma testemunha disse à agência de notícias Associated Press ter visto vários corpos após o ataque. "Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, meu marido caiu sobre mim. Eu tive que erguer vários corpos para conseguir sair", disse a testemunha, do lado de fora do hospital Sisli, em Istambul. Seu marido não está em situação crítica.A emissora CNN Turquia e a agência alemã DPA reportaram que o ataque foi cometido por um ou dois homens, vestidos de papai noel e que teriam aberto fogo com armas automáticas.O clube Reina é uma casa noturna de alto padrão próxima à ponte Atatürk, na margem europeia do Bósforo, estreito que divide Istambul em duas. No momento do ataque, muitas pessoas se jogaram na água para escapar. Equipes de emergência foram despachadas imediatamente para regatá-las.Ataque furou esquema de segurançaIstambul preparou um forte esquema de segurança para o réveillon, depois de um ano marcado por uma série de atentados violentos, perpetrados por grupos curdos e membros do grupo terrorista "Estado Islâmico", nos quais mais de 180 pessoas morreram. Pelo menos 17 mil policiais estavam em operação na noite de réveillon na metrópole turca, alguns disfarçados de vendedores e de papai noel.O ministro turco da Justiça, Bekir Bozdag declarou em sua conta no Twitter que "este é um ato terrorista covarde e cruel contra a nossa Turquia, nossa paz, nossa união, nossa irmandade e todos nós".O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi informado sobre o ataque e ofereceu ajuda dos EUA às autoridades turcas. "O presidente expressou suas condolências pelas vidas inocentes perdidas e orientou sua equipe a oferecer a assistência apropriada às autoridades Turcas, conforme a necessidade, e a mantê-lo informado", disse o porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz, em comunicado.A Turquia é um dos principais aliados dos Estados Unidos na Otan e está atualmente envolvida na guerra síria, além de combater a insurgência curda em seu próprio território. Ao longo de 2016, a Turquia, majoritariamente muçulmana, foi atingida por uma série de ataques violentos.O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg expressou suas condolências pelo Twitter: "Um trágico começo de 2017 em Istambul. Meus pensamentos estão com aqueles afetados pelo ataque a pessoas celebrando o Ano Novo e com o povo turco", disse Stoltenberg.O Ministério do Exterior da Alemanha também ofereceu suas condolências. "Ataque ao Reina: estamos profundamente chocados e de luto com o povo de Istambul, Turquia".O ataque evoca memórias do massacre de 2015 em Paris, quanto terroristas do "Estado Islâmico" mataram 130 pessoas, 90 delas em umtiroteio no clube Bataclan.O Facebook acionou seu recurso de confirmação de status de segurança após o ataque. Nenhum grupo assumiu imediatamente autoria pelo atentado.FF/dpa/rtr/ap/afp