Coreia do Norte diz que prendeu americano por subversão
A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira (03) que o professor americano detido na semana passada ao tentar deixar Pyongyang é acusado de atos criminosos com o objetivo de "subverter o país". O regime, porém, não detalhou em que tipos de atividade ele se engajou.
Segundo a agência estatal de notícias KCNA, o professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, identificado como Kim Sang-duk, foi detido no aeroporto internacional da capital norte-coreana no dia 22 de abril.
"Ele foi interceptado por cometer atos criminosos de hostilidade destinados a derrubar a República Democrática Popular da Coreia [nome oficial da Coreia do Norte] não somente no passado, mas também durante sua última estadia antes da detenção", afirma a nota divulgada pela KCNA.
O americano, que também utiliza o nome Tony Kim, continua detido. A Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang descartou que a prisão de seu funcionário tenha uma relação com seu trabalho na instituição.
A prisão de Kim foi anunciada no dia 23 de abril pelas autoridades de Seul, enquanto a universidade confirmou que a detenção ocorreu quando ele estava prestes a deixar o país após ter atuado como professor.
O regime norte-coreano, porém, ainda não tinha confirmado a informação. Anteriormente, Kim lecionou na Universidade de Ciência e Tecnologia de Yanbian (YUST), localizada em Yanji, próximo à fronteira chinesa com a Coreia do Norte. O centro de ensino é financiado com fundos dos EUA e da China.
Este é o terceiro cidadão americano preso na Coreia do Norte. Os outros dois detidos são Kim Dong-chul, capturado na fronteira com a China acusado de espionagem; e o estudante Otto Warmbier, que tentou roubar um cartaz de propaganda no hotel de Pyongyang, onde estava hospedado como turista.
Kim Dong-chul, de 62 anos, cumpre uma pena de 10 anos de detenção e trabalhos forçados, e Warmbier, de 22 anos, detido em janeiro de 2016, recebeu uma pena de 15 anos de prisão e trabalhos forçados.
A prisão ocorre num momento de grande tensão na península coreana, diante dos repetidos testes balísticos de Pyongyang. Existe a suspeita de que o regime norte-coreano use o americano como moeda de troca em negociação com os EUA, como fez em ocasiões anteriores.
Desde 2006, a Coreia do Norte já realizou cinco testes atômicos, dois deles só no ano passado. O regime de Pyongyang também trabalha atualmente no desenvolvimento de mísseis de longo alcance, que poderiam levar cujas ogivas nucleares até os EUA.
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