"Sino de Hitler" tem futuro questionado em vilarejo alemão
Após divulgação de que instrumento de bronze com suástica ainda toca na igreja da pequena Herxheim am Berg, cidade discute se objeto deve permanecer no local. Sino tem a inscrição: "Tudo pela pátria - Adolf Hitler".
Há décadas, os sinos da mais antiga igreja da cidade alemã de Herxheim am Berg, no estado da Renânia-Palatinado, tocam no Natal, na Páscoa e em outras datas importantes. A recente revelação de que um dos sinos traz o nome do ex-ditador Adolf Hitler gerou polêmica.
O sino de bronze, de 80 anos de idade, tem também a inscrição de uma suástica. Abaixo, lê-se: "Tudo pela pátria - Adolf Hitler".
O site da cidade, que tem pouco mais de 700 habitantes, detalha a história da igreja St. Jakob desde a sua fundação em 1014 até a celebração do seu aniversário de mil anos, em 2014. O texto diz que, em agosto de 1934, um professor local ateou fogo na igreja e, em dezembro do mesmo ano, três novos sinos foram colocados na torre.
O "sino de Hitler" era um deles, mas o site não menciona a suástica. Considerando que o sino está instalado atrás de uma pedra espessa no campanário, é provável que os visitantes da cidade não saibam da presença do sino.
Uma antiga organista da igreja, Sigrid Peters, soube apenas recentemente sobre a existência da inscrição no sino e pediu para que ele seja desativado imediatamente. "É inaceitável que um bebê seja batizado e o sino com as palavras 'tudo pela pátria' esteja tocando", afirmou.
Ela ficou perturbada com o fato de vários casais no estado da Renânia-Palatinado virem à igreja para casar e fazer fotos. "Eles não sabem nada sobre o sino", acrescentou.
"Não era um problema antes"
O prefeito de Herxheim am Berg, Ronald Becker, disse à DW que a existência do sino é conhecida pelos moradores do vilarejo e arredores. Segundo ele, "já era amplamente conhecido" entre os residentes locais que há um sino com o nome de Hitler na igreja.
Becker, que está à frente da prefeitura há três anos, foi conciso ao ser questionado se o sino representa ou não um problema. "Não foi um problema antes e não será um problema no futuro também", disse.
De acordo com o prefeito, o sino é uma "relíquia histórica" e é importante entender e respeitar o passado por trás dele. Becker rejeitou sugestões para classificar o sino como um memorial da Segunda Guerra Mundial e instalar uma placa informando os visitantes sobre a presença do "sino de Hitler".
Ele disse não querer que Herxheim am Berg se torne um "local de culto", com simpatizantes da extrema direita visitando a igreja por "motivos errados".
Uma vez que o sino não pertence à igreja, mas ao município de Herxheim am Berg, os políticos terão a decisão final sobre o destino do sino. O prefeito não acha necessário removê-lo.
"Eu tenho o suporte da cidade", disse, acrescentando que os 800 moradores de Herxheim am Berg o apoiam. "Ele está fechado na torre da igreja e assim irá permanecer."
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