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Alemanha elege Merkel para 4º mandato; ultradireita chega ao Parlamento pela primeira vez depois da 2ª Guerra

24.set.2017 - Alemã com veste tradicional se apresenta para votar na cidade de Crostwitz - Matthias Rietschel/Reuters - Matthias Rietschel/Reuters
Alemã com veste tradicional se apresenta para votar na cidade de Crostwitz
Imagem: Matthias Rietschel/Reuters

DW e agências internacionais

24/09/2017 04h12Atualizada em 24/09/2017 21h53

Os alemães foram às urnas neste domingo (24) e elegeram a atual chanceler federal, Angela Merkel, para mais um mandato, mostram pesquisas de boca de urna. As eleições legislativas para definir os novos membros do Parlamento já tinham todas as pesquisas apontando a vitória de Merkel.

A eleição marcou também uma vitória da ultradireita no Parlamento, com a ascensão da sigla AfD (Alternativa para a Alemanha), que teve 13,2% dos votos e entrará no Parlamento. É a primeira vez que a extrema-direita chega ao Parlamento alemão desde o fim da Segunda Guerra, em 1945.

O CDU (União Democrata Cristã), partido de Merkel, teve cerca de 33% dos votos --perdeu cerca de oito pontos percentuais em relação à votação da eleição passada, em 2013. O seu rival, o SPD (Partido Social-Democrata), partido de Martin Schulz, teve cerca de 20%, o pior resultado do pós-Guerra.

Pesquisa de boca de urna divulgada após o fechamento das urnas confirmou a liderança do partido de Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), com 32,5%. Em seguida, vem o Partido Social-Democrata (SPD), atual parceiro da CDU no governo, com 20%.

"Naturalmente, esperávamos um resultado melhor. Mas temos a tarefa de formar um governo e contra nós nenhum governo pode ser formado.

Logo após a divulgação dos resultados da boca de urna, manifestantes foram para a frente da sede do partido de extrema-direita em Berlim para protestar.

Polícia alemã bloqueia rua em frente a manifestantes contrários ao AfD - Reuters/Wolfgang Rattay - Reuters/Wolfgang Rattay
Polícia alemã bloqueia rua em frente a manifestantes contrários ao AfD
Imagem: Reuters/Wolfgang Rattay

Temos o direito de tentar formar um governo, e nenhum governo pode ser formado sem nós

Angela Merkel, chanceler da Alemanha

As especulações para uma possível coalizão são muitas agora que o segundo colocado, o candidato social-democrata Martin Schulz, principal adversário de Merkel, anunciou que o SPD não formará governo com Merkel --com isso, a legenda, atualmente na coalizão no poder, voltará à oposição.

"Hoje é um dia difícil e amargo para os social-democratas alemães. Não quero fazer rodeios: erramos nosso alvo e perdemos a eleição", diz Schulz, antes de agradecer a seus apoiadores e aos integrantes do SPD pelos esforços. "Claramente não conseguimos manter e expandir nossa base de eleitores tradicional."

Candidato social-democrata, Martin Schulz, discursa após divulgação da boca de urna - AP Photo/Gero Breloer - AP Photo/Gero Breloer
Candidato social-democrata, Martin Schulz, discursa após divulgação da boca de urna
Imagem: AP Photo/Gero Breloer

Em seu pronunciamento, Merkel ainda afirmou que o ingresso da AfD no Parlamento alemão representa um "desafio" para seu governo. Ela disse que planeja recuperar os eleitores que votaram no partido populista de direita voltando atenção às suas preocupações e problemas.

Em seu discurso, Alexander Gauland, líder dos populistas de direita na Alemanha, disse que vai "caçar o governo".

"Vamos caçar o governo. Vamos recuperar nosso país e nosso povo", disse Gauland.

Alexander Gauland e Alice Weidel, do partido de direita AfD, comemoram resultado da boca de urna - AP Photo/Martin Meissner - AP Photo/Martin Meissner
Alexander Gauland e Alice Weidel, do partido de direita AfD, comemoram resultado da boca de urna
Imagem: AP Photo/Martin Meissner

As urnas foram fechadas às 13h (horário de Brasília), quando a apuração começou.

Como foi a votação

Em Berlin, chanceler alemã Angela Merkel vota; pesquisas indicam que ela será reeleita para um quarto mandato - AFP/Tobias Schwarz - AFP/Tobias Schwarz
Chanceler alemã Angela Merkel vota em Berlim
Imagem: AFP/Tobias Schwarz

Merkel votou em Berlim, enquanto o adversário Schulz foi às urnas em Würselen, no oeste do país.

Cerca de 61,5 milhões de alemães estavam aptos a votar. As últimas pesquisas antes da eleição indicavam uma vitória tranquila de Merkel, com vantagem de 14 pontos percentuais sobre Schulz.

Debaixo de chuva, Merkel chegou pouco antes de 14h30 (9h30 em Brasília) no seu local de votação, na Universidade Humboldt de Berlim, acompanhada de seu marido, Joachim Sauer.

Enquanto milhares de atletas que participavam da maratona de Berlim seguiam percorrendo as ruas da capital alemã, Merkel foi tranquila à cabine de votação antes de posar para dezenas de fotógrafos.

Algumas horas antes, em sua cidade natal e acompanhado da mulher, Inge, Schulz já tinha votado. O social-democrata minimizou o resultado das pesquisas e se mostrou otimista, lembrando que havia ainda um grande número de eleitores indecisos.

Schulz convidou os cidadãos a votar para decidir o "futuro democrático" do país. Nas redes sociais, o também ex-presidente do parlamento europeu pedia o voto por uma "Alemanha mais justa e mais forte, e por uma Europa de paz e de solidariedade".

24.set.2017 - O candidato social-democrata Martin Schulz vota na manhã deste domingo nas eleições gerais, em estação de votação na cidade de Wuerselen - Thilo Schmuelgen/Reuters - Thilo Schmuelgen/Reuters
O candidato social-democrata Martin Schulz vota na manhã deste domingo nas eleições gerais, junto da mulher, Inge, em estação de votação na cidade de Würselen
Imagem: Thilo Schmuelgen/Reuters

Merkel é vista como liderança segura

Para muitos, Merkel é vista como uma liderança segura e uma força estabilizadora poderosa no continente europeu, em um momento de tensão mundial. Impulsionada por uma recuperação econômica crescente e por fatores externos como o Brexit --a saída do Reino Unido da União Europeia--, a eleição de Donald Trump nos EUA, e Rússia e Turquia a caminho do autoritarismo.

Com a vitória de Merkel, há esperança na Europa são altas de que a chancelar possa, juntamente com o presidente reformista da França, Emmanuel Macron, incentivar uma reforma e reestruturação da UE (União Europeia).

Merkel conseguiu recuperar sua popularidade após uma queda brusca com o grande fluxo de refugiados entrando no país desde o início da crise migratória de 2015 na Europa.

Ela ainda tem pela frente o desafio de lidar com o crescente populismo de direita na Alemanha --e na Europa. O partido Alternativa para a Alemanha (AfD) tem ganhado eleitores nos últimos pleitos, ainda amparados pelo discurso anti-imigração e racista.

21.set.2017 - Angela Merkel, da CDU, faz comício enquanto apoiadores do partido de direita AfD seguram cartaz "O Islã não é parte da Alemanha. A liberdade da mulher não é negociável" - Michael Probst/AP Photo - Michael Probst/AP Photo
Angela Merkel, da CDU, faz comício enquanto apoiadores do partido de direita AfD seguram cartaz "O Islã não é parte da Alemanha. A liberdade da mulher não é negociável"
Imagem: Michael Probst/AP Photo

Propostas da coalizão da chanceler

A coalizão CDU/CSU quer manter limitado o número de refugiados no país. Um limite concreto, no entanto, como pretende a CSU, não aparece no programa eleitoral. Ambos prometem uma lei que permita a entrada no país de trabalhadores qualificados que tenham um contrato para trabalhar na Alemanha. CDU e CSU não querem uma lei de imigração e prometem deportar todos os que tiverem os pedidos de asilo rejeitados.

Além da questão imigratória --Merkel é uma das líderes europeias que defendem uma mudança na política de asilo para que migrantes possam solicitar ainda na África o pedido de refúgio em países da União Europeia.

Angela Merkel e Emmanuel Macron - Jonathan Ernst/Reuters - Jonathan Ernst/Reuters
Angela Merkel e Emmanuel Macron se encontram
Imagem: Jonathan Ernst/Reuters

A segurança também é um tema relevante para a chanceler alemã depois de uma série de atentados terroristas no continente. Na Alemanha, um atropelamento com um caminhão em um mercado de Natal de Berlim deixou 12 mortos. A ideia é aumentar o número de policiais no país e ainda elevar os gastos com a defesa para 2% do Produto Interno Bruto da Alemanha até 2025 --como reivindicam a Otan e os Estados Unidos.

Seu partido prometeu cortes fiscais e pleno emprego em 2025 --o objetivo é reduzir a taxa de desemprego para menos de 3%. Um objetivo difícil, considerando que a média de 2017 é 5,9%.

A CDU/CSU defende também a flexibilização da jornada de trabalho e mais apoio aos empreendedores. A coalizão ainda quer eliminar cerca de 15 bilhões de euros em impostos. Além disso, a CDU promete que a chamada "taxa de solidariedade" seja extinta gradualmente entre 2020 e 2030 --recuando 0,5 ponto percentual por ano. Essa contribuição existe desde a década de 1990 principalmente para financiar os custos da reunificação alemã.

(Com DW)

Merkel diz ser contra uso da força militar para resolver crise da Coreia

Band News

Leia abaixo a cobertura completa sobre a eleição na Alemanha 2017 (horário de Berlim):

 

20h04 – Centenas de manifestantes ocupam as ruas de Berlim, na região da praça Alexanderplatz, contra o terceiro lugar obtido pelo partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD).

Hundreds of anti-@AfD protesters are demonstrating near to Berlin's #Alexanderplatz #GermanyDecides pic.twitter.com/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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— Kate Brady (@kbrady90) 24 de setembro de 2017

19h50 – Marine Le Pen, candidata populista às eleições presidenciais francesas neste ano, felicitou os "aliados" da legenda Alternativa para a Alemanha (AfD) pelo terceiro lugar. "Parabéns aos nossos aliados pelo resultado histórico! É um novo símbolo do despertar dos povos europeus", disse ela no Twitter.

Bravo à nos alliés de l’#AfD pour ce score historique ! C’est un nouveau symbole du réveil des peuples européens. MLP

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

#BTW2017

— Marine Le Pen (@MLP_officiel) 24 de setembro de 2017

19h40 – A candidata a chanceler federal do partido A Esquerda, Sahra Wagenknecht, afirmou que sua legenda se orgulha do resultado – projeções falam em 8,7%. "Tivemos o segundo melhor resultado da história do nosso partido", observa.

19h30 – Em Colônia, no oeste da Alemanha, manifestantes também foram às ruas contra a legenda Alternativa para a Alemanha (AfD). É a primeira vez que um partido populista-nacionalista estará representado no Parlamento alemão no pós-guerra.

19h25 – Protestos contra a entrada do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) no Parlamento são registrados em cidades do país. Em Berlim, manifestante levanta uma faixa com os seguintes dizeres: "Xenofobia não é alternativa".

19h05 – Em seu pronunciamento, Merkel ainda afirmou que o ingresso da Alternativa para a Alemanha (AfD) no Parlamento alemão representa um "desafio" para seu governo. Ela disse que planeja recuperar os eleitores que votaram no partido populista de direita voltando atenção às suas preocupações e problemas.

19h03 – Apesar da perda significativa de apoio da CDU em comparação com a eleição anterior, Merkel comemorou o resultado da boca de urna. Segundo a chanceler federal, levando em conta que seu partido lidera o governo há 12 anos, não estava "absolutamente garantido" que a legenda retornaria como a maior força no Parlamento.

18h57 – A chanceler federal Angela Merkel se manifestou pela primeira vez sobre a vitória de sua União Democrata Cristã (CDU). "Temos o direito de tentar formar um governo, e nenhum governo pode ser formado sem nós", afirma ela. As especulações para uma possível coalizão são muitas agora que o SPD anunciou que não formará governo com Merkel.

18h51 – "Vamos caçar o governo. Vamos recuperar nosso país e nosso povo!", diz Alexander Gauland, líder dos populistas de direita na Alemanha. Partido AfD se tornou a terceira força no Parlamento alemão.

18h45 – "Hoje é um dia difícil e amargo para os social-democratas alemães. Não quero fazer rodeios: erramos nosso alvo e perdemos a eleição", diz Schulz, antes de agradecer a seus apoiadores e aos membros do SPD pelos esforços. "Claramente não conseguimos manter e expandir nossa base de eleitores tradicional."

18h38 – O candidato social-democrata Martin Schulz fez seu primeiro pronunciamento após a divulgação da boca de urna, confirmando o anúncio da vice-presidente do partido, Manuela Schwesig, de que o SPD não formará governo com Merkel. Com isso, a legenda, atualmente na coalizão no poder, voltará à oposição.

18h28 – Partido Social-Democrata (SPD) reage em choque aos números antecipados pela boca de urna: 20% é o pior resultado da história do partido, atualmente membro do governo Angela Merkel.

18h24 – Apesar da perda significativa de apoio em comparação com eleições anteriores, partido de Angela Merkel comemora os resultados da boca de urna.

18h17 – A vice-presidente do Partido Social-Democrata, Manuela Schwesig, já anunciou que o partido não formará governo com Merkel. Com isso, a legenda, atualmente na coalizão no poder, voltará à oposição.

18h15 – Embora a boca de urna tenha colocado o partido de Merkel à frente, o resultado significa uma perda significativa: em 2013, a CDU recebeu 41,5% dos votos; em 2017, 32,5% – uma queda de quase 10 pontos percentuais.

18h09 – Caso seja confirmado o resultado da boca de urna e, com isso, o ingresso da AfD no Bundestag, será a primeira vez que um partido populista-nacionalista estará representado no Parlamento alemão no pós-guerra.

18h – Pesquisa boca de urna confirma o favoritismo dos democrata-cristãos (CDU/CSU), com 32,5%, seguidos do Partido Social-Democrata (SPD), com 20%. A legenda populista Alternativa para a Alemanha (AfD) aparece em terceiro, com 13,5%

16h54 – Se as pesquisas se mostrarem corretas, os social-democratas devem obter o pior resultado de sua história. No entanto, um local de confraternização após o fechamento das urnas foi preparado pelo partido em Berlim.

16h41 – A Alemanha não é conhecida por manipulações eleitorais, mas a legenda populista Alternativa para a Alemanha (AfD) emitiu um alerta e convocou seus simpatizantes a monitorar a contagem dos votos.

Na Alemanha, todo cidadão tem o direito de assistir à contagem de votos. Segundo o diário "Frankfurter Neue Presse", o comitê de Frankfurt da AfD sugere cancelar as festividades pós-eleição, pois os partidários devem fiscalizar a contagem dos votos.

15h54 – Primeiros dados divulgados pela autoridade eleitoral da Alemanha relatam que 41,1% dos eleitores alemães votaram até as 14h. "Os votos emitidos por carta não foram levados em consideração", diz a nota.

No mesmo período, a participação em 2013 foi de 41,4%. No fim daquela eleição federal, a participação eleitoral chegou a um total de 71,5%.

Por outro lado, cidades registram maior participação do eleitorado em comparação com a eleição legislativa anterior. O salto mais significativo foi registrado em Munique. Até as 14h00, 71,6% dos eleitores da capital da Baviera votaram – há quatro anos, eram apenas 57,6%. O voto por carta também aumentou em Munique de 31,4% para 35,6%.

Em Berlim, menos de 30% dos eleitores foi às urnas – porém, 0,1% a mais do que no mesmo momento na eleição anterior. Na Alemanha, 61,5 milhões de cidadãos podem votar.

15h03 – Cerca de 60 observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) estão na Alemanha para acompanhar a eleição legislativa.

A missão é liderada pelo georgiano George Tsereteli. Depois de 2009 e 2013, esta é a terceira participação de observadores da OSCE. Eles foram convidados pelo governo federal.

Tsereteli alegou ser uma "prática comum" nos Estados-membros da OSCE. Cada equipe de dois observadores visita locais de votação em diversas cidades alemãs.

14h54 – Com a presença de muitos jornalistas, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, e seu marido Joachim Sauer votaram em Berlim. No entanto, ela não conversou com os jornalistas.

Em Berlin, chanceler alemã Angela Merkel vota; pesquisas indicam que ela será reeleita para um quarto mandato - AFP/Tobias Schwarz - AFP/Tobias Schwarz
Chanceler alemã Angela Merkel vota em Berlim
Imagem: AFP/Tobias Schwarz

14h43 – Diferentemente de, por exemplo, nos EUA, as eleições na Alemanha não atraem um apelo midiático exagerado. Os três principais canais estatais do país – ARD, ZDF e WDR – seguem com suas programações dominicais regulares.

14h28 – Partidos fazem campanha em redes sociais durante jornada eleitoral para mobilizar eleitores indecisos a irem às urnas. A União Democrata Cristã (CDU) inclusive fez uso de comentários de personalidades.

A legenda da chanceler federal, Angela Merkel, publicou uma foto do ex-treinador de futebol Jupp Heynckes (Bayern de Munique, Bayer Leverkusen, Real Madrid, entre outros) pedindo por votos. "Porque ela goza de credibilidade em todo o mundo", diz a legenda.

E o candidato social-democrata Martin Schulz também convocou a população a votar. "Eu votei. Agora é a sua vez. Para uma Alemanha mais justa e mais forte numa Europa pacífica e solidária: 2 vezes SPD."

14h04 – Na Alemanha, a votação não é eletrônica. O eleitor marca manualmente seus dois votos numa cédula: na esquerda o voto direto; na direita o voto na legenda.

13h40 – Primeiras estimativas relatam participação maior do que na eleição legislativa de 2013. Apenas o estado de Thübingen registra queda no eleitorado. Os primeiros dados oficiais de participação eleitoral devem ser divulgados às 15h30.

Fila de votação na Alemanha - Reuters/Fabrizio Bensch - Reuters/Fabrizio Bensch
Alemães fazem fila em Berlim para registrar voto nas eleições legislativas deste domingo
Imagem: Reuters/Fabrizio Bensch

13h27 – O receio de o governo russo tentar influenciar a eleição legislativa alemã parece ter sido exagerado. De fato, a maior intervenção tem vindo do outro lado do Atlântico, afirma o jornalista da DW Jared Reed.

12h43 – O presidente da Alemanha, o social-democrata Frank-Walter Steinmeier, registra seu voto em Berlim e agradece os cerca de 650 mil de voluntários e mesários que colaboram na eleição legislativa de 2017. Ele aproveitou para reiterar sua convocação ao povo alemão: "Vão às urnas".

O social-democrata Frank-Walter Steinmeier, presidente da Alemanha, registra seu voto em Berlim - AP/Bernd von Jutrczenka - AP/Bernd von Jutrczenka
Frank-Walter Steinmeier, presidente da Alemanha, registra seu voto em Berlim
Imagem: AP/Bernd von Jutrczenka

A cláusula dos 5% na eleição alemã: Na Alemanha, nem todo partido que recebe votos consegue entrar no Parlamento. O objetivo dessa regra é impedir que o Parlamento se torne fragmentado, com inúmeros pequenos partidos, o que dificulta a formação de um governo e prejudica a governabilidade. Mas ela só vale para o voto na legenda e não para o voto direto num candidato.

Opinião: Populistas de direita são desafio para a democracia. Governo alemão enfrenta prova de fogo: a AfD deve colocar no Parlamento políticos que não respeitam pilares da democracia. Partidos e parlamentares precisam se preparar para novo cenário, opina jornalista da DW Christoph Strack.

12h03 - O percentual da população que deixou de votar atingiu a marca de 28% na última eleição legislativa de 2013. 

Os partidos alemães e a constituição do Bundestag - O Bundestag, a câmara baixa do Parlamento federal, tem o número padrão de 598 mandatos, que pode aumentar conforme o resultado das eleições (o número após as eleições de setembro de 2013 é 631). No pleito, que ocorre a cada quatro anos, eles são escolhidos através de um sistema de votação misto.

11h08 - Com uma idade média de 52 anos, o eleitorado alemão nunca esteve tão envelhecido.

10h51 – Alguns locais de votação tiveram de ser deslocados. A capital alemã foi tomada por quase 44 mil atletas para a 44ª Maratona de Berlim. Ruas foram fechadas e o transporte público ao longo do trajeto opera em rotas alternativas. A chegada é no Portão de Brandemburgo.

24.set.2017 - Capital recebe milhares de atletas para a 44ª Maratona de Berlim - Michele Tantussi/AFP - Michele Tantussi/AFP
Capital recebe milhares de atletas para a 44ª Maratona de Berlim. Por conta disso, algumas sessões tiveram que ser realocadas.
Imagem: Michele Tantussi/AFP
10h25 – O candidato à chancelaria federal da Alemanha pelo Partido Social-Democrata (SPD), Martin Schulz, votou acompanhado de sua esposa, Inge, na pequena cidade de Würselen, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália.

24.set.2017 - O candidato social-democrata Martin Schulz vota na manhã deste domingo nas eleições gerais, em estação de votação na cidade de Wuerselen - Thilo Schmuelgen/Reuters - Thilo Schmuelgen/Reuters
O candidato social-democrata Martin Schulz vota na manhã deste domingo nas eleições gerais, junto da mulher, Inge, em estação de votação na cidade de Würselen
Imagem: Thilo Schmuelgen/Reuters

Como funcionam as eleições na Alemanha? Os representantes do povo alemão são escolhidos em eleições livres e secretas a cada quatro anos. Além da elaboração das leis, cabe ao Parlamento alemão eleger – ou destituir – o chanceler federal. Na Alemanha o voto é facultativo.

9h55 – O presidente da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, convocou os cidadãos alemães que usem o direito de votar e alertou que aqueles que não comparecem às urnas permitem que outros decidam sobre o futuro do país.

"O direito de voto é um direito de civil. Para mim, numa democracia, é o dever cívico mais nobre", disse Steinmeier. "Quem não vota permite que outros decidam sobre o futuro de nosso país."

Segundo o presidente alemão, nunca antes se sentiu tão claramente que as eleições estão relacionadas com "o futuro da Europa e o futuro da democracia". O comentário provavelmente visou à ascensão e ao iminente ingresso dos populistas da Alternativa para a Alemanha (AfD) no Parlamento.

Opinião: A eleição mais chata de todos os tempos? Praticamente não há quem duvide que Merkel permanecerá no poder. Mas a votação ainda transcorre, e questões prementes permanecem mesmo depois da apuração das urnas, opina a jornalista Dagmar Engel.

Análise: Quem vai governar com Merkel? Segundo as pesquisas, na eleição deste domingo, a pergunta não é mais se a chanceler será novamente reeleita, mas como será seu governo. Partidos conservadores têm apenas duas opções de coalizão.

9h15 – Mais de 60 milhões de eleitores estão convocados a votar nas eleições deste domingo. As urnas fecham às 18h. A presença nas urnas vem caindo na Alemanha – em 2013 foi de 71,5% – mas ainda se situa num nível aceitável na comparação internacional.