Empresas investigadas por corrupção financiaram 93% de campanha de nova ministra
Nomeada nesta quinta-feira (04/01) para o Ministério do Trabalho, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) teve 93% de sua campanha eleitoral nas eleições de 2014 financiada por empresas hoje investigadas por corrupção.
Leia também:
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De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos R$ 5,4 milhões declarados pela então candidata, cerca de R$ 4 milhões vieram do grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, e R$ 1 milhão de outras três empresas investigadas: a Construtora Zadar, a Carioca Christiani Nielsen Engenharia e a Cervejaria Petrópolis.
Cristiane Brasil é filha de Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e um dos protagonistas do caso do mensalão. A indicação da deputada para o Ministério do Trabalho aconteceu nesta quarta-feira (3), após reunião entre o líder do PTB e o presidente Michel Temer (PMDB). Ela assume a pasta que foi comandada por Ronaldo Nogueira, que pediu demissão há uma semana para se candidatar nas eleições de 2018.
Os valores doados pelo grupo J&F corresponderam a 74% das receitas de campanha da então candidata e incluem R$ 2 milhões doados pela JBS e outros R$ 2 milhões pela Flora, uma das subsidiárias do grupo dos irmãos Batista, que fecharam acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.
Outros 9% do valor arrecadado, um total de 500 mil reais, vieram da Construtora Zadar, empresa do pai do deputado estadual André Lazaroni (PMDB-RJ) e cujas contratações sem licitação para duas arenas olímpicas são investigadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
A então candidata recebeu ainda 350 mil reais da construtora Carioca Christiani Nielsen Engenharia, que foi denunciada na Lava Jato por pagamento de propina para as obras do Arco Metropolitano, do PAC Favelas e da Linha 4 do metrô do Rio de Janeiro.
Também a Cervejaria Petrópolis contribuiu com o valor de 166 mil reais para a campanha de Cristiane Brasil. Em 2017, o Ministério Público Federal instaurou inquérito para investigar a empresa por intermediação de pagamentos ilícitos a pedido da Odebrecht, na forma de doações oficiais.
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