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Juíza argentina de 72 anos nadou para se salvar em naufrágio de cruzeiro

16/01/2012 13h58

Buenos Aires, 16 jan (EFE).- Uma juíza argentina de 72 anos, que chegou nesta segunda-feira ao seu país, contou que conseguiu sobreviver ao naufrágio do cruzeiro Costa Concordia no mar Tirreno ao saltar do navio e nadar vários metros até a costa da ilha de Giglio (Itália).

"Não havia mais saída a não ser pular no mar. Saltei com 30 ou 40 pessoas que também ficaram sem bote salva-vidas", alegou à imprensa a magistrada Maria Inês Lona no aeroporto internacional de Ezeiza, próximo de Buenos Aires.

A juíza voltou ao país em um voo procedente da Itália junto com suas duas filhas, que também estavam no cruzeiro. As três chegaram junto com outros passageiros do navio que encalhou na noite de sexta-feira no mar Tirreno, causando a morte de pelo menos seis pessoas.

"Com outros passageiros que também não conseguiram subir nos botes, caminhamos até a popa, que era o lugar mais próximo do litoral. Senti que o navio rangia quando já estávamos pendurados no lado direito", explicou a magistrada, que vive na província de Mendoza.

A mulher lembrou que um espanhol a ajudou na decisão de saltar na água "fria e transparente", e que só levava o colete salva-vidas, um casaco e seus sapatos para evitar que as pedras ferissem seus pés.

"Não foi um ato de heroísmo, mas de sobrevivência. Enquanto nadava, o navio se inclinava cada vez mais, e meu medo era que ele afundasse e me sugasse", afirmou a juíza ao recordar a tragédia ocorrida nas águas da região da Toscana, onde 16 pessoas continuam desaparecidas.

As filhas de Maria Inês, Maria Silvina e Maria Valeria Ávalos, uma delas deficiente, conseguiram subir em um bote e encontraram sua mãe quando achavam que ela tinha "se afogado ou estava em um bote", disse a passageira de 72 anos, uma das 4.229 pessoas que viajavam a bordo do navio.

A juíza, que comparou a tragédia com o naufrágio do Titanic, disse que a primeira advertência que teve sobre o que ocorria foi quando escutaram um "forte golpe e tudo ficou às escuras".

"Disseram que era um problema de energia, para não ficarmos preocupados, e pediram que ficássemos nos camarotes. Mas, de repente, soou o alarme e disseram que deveríamos ir ao local onde estavam os botes. O capitão nunca falou, sua atitude foi de terror", relatou.

Ao todo 18 passageiros eram de nacionalidade argentina, entre eles cinco menores de idade, que já foram localizados e estão a salvo, confirmaram porta-vozes oficiais.