Londres sedia cúpula internacional pelo futuro da Somália


Londres, 22 fev (EFE).- O Reino Unido sediará na quinta-feira uma conferência internacional sobre o futuro da Somália, na qual serão discutidas medidas para impulsionar a transição política nesse país e acabar com a ameaça de terrorismo e da pirataria.

Representantes de cerca de 40 países, diversos organismos multilaterais como o Banco Mundial e organizações africanas irão se reunir no palácio de Lancaster House de Londres durante o dia todo, após o que está previsto que emitam um comunicado conjunto em entrevista coletiva às 18h (de Brasília).

Estarão presentes a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon e os ministros das Relações Exteriores de vários países.

Também comparecerá o primeiro-ministro somali, Abdiweli Mohammed Ali, que declarou nesta quarta-feira à emissora "BBC" que espera que da cúpula surja uma espécie de "plano Marshall" que permita à Somália desfrutar de "paz, estabilidade e normalidade".

A agenda da reunião é ampla e, segundo informou à Agência Efe um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, são esperados acordos em vários pontos, com o objetivo de buscar "um novo enfoque" que permita virar a página de duas décadas de guerra civil no país africano.

Está previsto o debate sobre um acordo para apoiar economicamente um aumento de soldados da missão da União Africana na Somália (AMISOM), assim como para respaldar os sistemas judicial e de segurança do Estado somali.

A sucessão política também será planejada, pois o mandato das instituições do Governo provisório termina em agosto, e Londres considera que, "após sete anos de progresso mínimo, estas não devem ser prorrogadas".

Segundo o Foreign Office, será oferecido apoio ao desenvolvimento das regiões, como Puntlândia e Galmudug - cujos representantes estarão na quinta-feira em Londres-, onde serão assinados acordos de paz e tomadas medidas para impulsionar a ajuda humanitária.

Os esforços para estabilizar a Somália, em guerra civil desde 1991, estão focados nos dois assuntos que mais preocupam a comunidade internacional: a pirataria somali no Chifre da África e a ameaça de terrorismo procedente da milícia Al Shabaab, que controla boa parte do país.

O Reino Unido tem especial interesse em neutralizar o risco de terrorismo, pois sente que seu própria segurança nacional está ameaçada.

O premiê do Reino Unido, David Cameron, reiterou nesta quinta-feira o perigo que "jovens mentes britânicas acabem envenenadas pelo radicalismo", em referência aos 50 cidadãos deste país que, de acordo com os serviços secretos, viajaram à Somália para treinar e combater o Al Shabaab, que é vinculado a Al Qaeda.

O Governo britânico teme que algumas destas pessoas voltem ao Reino Unido com conhecimentos para perpetrar atentados ou que doutrinem outros muçulmanos britânicos.

Londres espera que na conferência sejam discutidos mecanismos para dificultar os movimentos dos terroristas, tantos os físicos como os financeiros, e aumentar a cooperação sobre segurança.

A questão da pirataria é tão preocupante que, segundo informou nesta quarta-feira o jornal "The Guardian", o Reino Unido e seus parceiros europeus chegaram a perpetrar ataques aéreos localizados para neutralizar o Al Shabaab e supostos acampamentos de falsários, embora atualmente esta não seja uma opção.

Quanto à pirataria, é esperado que na cúpula seja criado um sistema para a captura e processo desses criminosos que operam no oceano Índico e prejudicam os interesses comerciais e marítimos internacionais.

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