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Pesquisa do Ipea sobre violência contra a mulher tinha erro

04/04/2012 01h38

Rio de Janeiro, 4 abr (EFE).- O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), vinculado ao governo federal, declarou nesta sexta-feira errou no resultado da pesquisa que revelava que 65,1% dos brasileiros concordavam total ou parcialmente com a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas", e que a porcentagem correta é 26%.

De acordo com o Ipea, ao saber da constatação do erro, o diretor de Estudos e Políticas Sociais, o cientista social Rafael Guerreiro Osório, pediu para ser exonerado do cargo. Ele estava no órgão desde 1999.

"Vimos a público pedir desculpas e corrigir dois erros nos resultados de nossa pesquisa. Com a inversão de resultados entre as duas questões, relatamos equivocadamente, na semana passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase, que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na sociedade ao longo dos últimos dias", informou o instituto em nota.

O resultado equivocado da pesquisa assustou o país e gerou grande repercussão, além de uma enorme campanha contra o estupro nas redes sociais. A própria presidente Dilma Rousseff lamentou o dado em mensagem no Twitter e escreveu que o Brasil "ainda tem muito que avançar no combate da violência contra a mulher".

A jornalista Nana Queiroz iniciou uma campanha contra o que parecia tolerância da maioria do país com os criminosos. Ela publicou no Facebook uma imagem sua na qual aparece com os seios cobertos com o braço e nele há a frase "Eu não mereço ser estuprada".

Com isso, Nana conseguiu que milhares de brasileiros se solidarizassem com sua campanha. Um dos apoios veio, inclusive, da ministra da Secretaria de Mulheres, Eleonora Menicucci, que publicou uma foto sua com a frase escrita em um papel.

Hoje, Nana afirmou estar feliz com a correção da pesquisa, mas alegou que 26% de pessoas que consideram que a mulher com roupa curta merece ser estuprada continua sendo uma porcentagem muito elevada.