RSF pede investigação imparcial da polícia e do exército na Venezuela

Em Copenhague

Paris, 14 abr (EFE).- Repórteres Sem Fronteiras (RSF) elogiou nesta segunda-feira a decisão da Procuradoria Geral da Venezuela de investigar 97 membros das Forças Armadas e da polícia nacional por atos de tortura registrados nos últimos meses e pediu aos promotores que mostrem independência e imparcialidade.

Essa investigação, segundo a organização, deve levar em conta os ataques aos jornalistas, que, segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa venezuelano, já chegaram a 181 desde o início da crise em meados de fevereiro.

"A RSF lembra que o papel do exército e da polícia é proteger a população dos possíveis excessos que possam acontecer durante as manifestações, e que em nenhum caso podem impedir que os jornalistas façam seu trabalho", indicou a ONG no comunicado à imprensa.

Para a Repórteres, apesar da decisão da promotoria ser um avanço na luta contra a impunidade, não se deve esquecer também a responsabilidade dos manifestantes e dos delinquentes "que aproveitam os distúrbios gerais para atacar os jornalistas".

Durante a saraivada de protestos contra o governo venezuelano de Nicolás Maduro foram registradas mais de 40 mortes e várias centenas de pessoas ficaram feridas.

Segundo RSF, o fato de o Conselho de Direitos Humanos da ONU ter adotado em março uma resolução sobre a proteção da liberdade de informação no contexto das manifestações pacíficas, na qual respalda o papel da imprensa, volta a pôr em evidência o papel fundamental que ela tem na cobertura dos movimentos sociais.

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