Policial que ajudou a espancar menor palestino em Jerusalém é exonerado

Jerusalém, 10 jul (EFE).- O Ministério da Justiça de Israel decidiu apresentar acusações contra um dos policiais que na semana passada deram uma surra em um menor palestino no bairro de Shuafat, em Jerusalém Oriental, informou nesta quinta-feira o departamento em comunicado.

Segundo a nota, após ser divulgado um vídeo no qual se observavam dois agentes detendo um jovem mascarado, o Departamento de Investigação Policial do citado Ministério iniciou pesquisas que levaram à conclusão de que um deles pode ter agido com brutalidade injustificada.

"Imediatamente depois do vídeo, antes mesmo de ser feita a denúncia, o Departamento de Investigação da polícia abriu uma ampla investigação durante a qual reuniu indícios, interrogou testemunhas e identificou os dois policiais envolvidos", explicou.

"No final da investigação, apareceram alguns indícios que apoiam a suspeita de que o policial poderia ser culpado de um crime de violência, cometido após a detenção do menor, e quando ele estava algemado", acrescentou.

Diante dessa situação, o diretor do departamento "considera a possibilidade de apresentar acusações contra o oficial de polícia, e pediu que seja convocado para que declare perante o departamento. Por enquanto, foi suspenso de suas funções durante 15 dias".

"As informações reunidas serão entregues à autoridade competente por se considerar necessário adotar medidas administrativas contra ele", afirmou.

O adolescente agredido, Tareq Jedeir, é primo do menor palestino Mohamad Abu Jedeir, queimado vivo há uma semana por um grupo de nacionalistas judeus como vingança pelo assassinato de três estudantes israelenses desaparecidos quando pediam carona perto de uma colônia na Cisjordânia.

Tareq, que tem passaporte americano e está de férias em Jerusalém Oriental, ficou detido durante horas sem acusações e sem acesso a um hospital.

Após ser atendido durante algumas horas, retornou à prisão onde esteve várias horas até que um tribunal lhe impôs uma fiança de 600 euros e lhe impediu de voltar ao bairro de Shaufat, em Jerusalém Oriental, onde ele e seu primo moravam.

Desde que foi revelado o assassinato de Mohamad, o bairro foi palco de duros confrontos entre jovens radicais palestinos e soldados da polícia e as forças antidistúrbios israelenses.

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