Ex-presidente uruguaio diz que entrada da Venezuela no Mercosul foi mal feita

Montevidéu, 5 ago (EFE).- O ex-presidente uruguaio Jorge Batlle (2000-2005) afirmou que a entrada da Venezuela no Mercosul "é favorável" ao Uruguai, mas que foi "mal feita" por não ter sido levada em conta a oposição do Paraguai, atualmente suspenso do bloco regional.

Batlle, do Partido Colorado, atualmente segunda força de oposição no país, disse em declarações ao jornal "El País" que para o Uruguai é interessante "que a Venezuela seja um mercado dentro do Mercosul".

No entanto, sua adesão "foi mal feita" porque "não foi respeitado o Tratado de Assunção", que deu origem ao bloco em 1991, "nem as cláusulas democráticas de Ushuaia", acrescentou.

A entrada da Venezuela no Mercosul foi aprovada no dia 29 de junho na cúpula do bloco realizada em Mendoza (Argentina) e ratificado no dia 31 de julho em um cúpula extraordinária realizada em Brasília.

Na primeira das reuniões, a presidente Dilma Rousseff e seus colegas do Uruguai, José Mujica, e da Argentina, Cristina Kirchner, aprovaram a suspensão temporária do Paraguai devido à cassação, em 22 de junho, de Fernando Lugo da presidência paraguaia em um julgamento político parlamentar e sua substituição pelo até então vice-presidente, Federico Franco.

A Venezuela solicitou sua entrada no Mercosul há seis anos e obteve o respaldo dos governos de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai e a aprovação dos Parlamentos dos três primeiros, mas os legisladores paraguaios bloqueavam a adesão.

A suspensão do Paraguai do bloco abriu a porta à Venezuela.

Na entrevista publicada neste domingo, Batlle declarou ainda que o Senado paraguaio "devia ter dado um prazo maior" ao ex-presidente Lugo "para defender-se".

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