Vice dos EUA rejeita um "Plano Colômbia" na América Central

Washington, 6 ago (EFE).- O vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, descartou nesta quarta-feira que o governo de Barack Obama tenha a intensão de aplicar na América Central medidas como o "Plano Colômbia" para combater o narcotráfico e a criminalidade, já que, opinou, esses países não estão preparados para isso.

"Os governos centro-americanos não estão nem perto de estarem preparados para tomar algumas das decisões que tomaram os colombianos, porque são difíceis", disse Biden diante de um grupo de especialistas em assuntos jurídicos com quem tratou da crise migratória.

As declarações do vice-presidente aconteceram algumas semanas depois que os líderes de Guatemala, Honduras e El Salvador estiveram em Washington para analisar com o governo americano a crise envolvendo a imigração de menores desacompanhados que acontece na fronteira entre EUA e México.

Cerca de 60 mil menores desacompanhados chegaram ao território americano nos últimos dez meses, principalmente provenientes desses três países, cujos líderes pediram que Obama aplicasse um plano similar ao que executaram na Colômbia para combater o narcotráfico e a criminalidade.

O êxodo em massa das crianças se deve, em grande medida, às condições de insegurança e criminalidade que vivem em seus países de origem, que são tão extremas que os levam a percorrer um caminho extremamente perigoso para chegar aos EUA.

Os Estados Unidos investiram no "Plano Colômbia" mais de US$ 8 bilhões de dólares desde 1999, quando foi traçada a estratégia, durante os governos do colombiano Andrés Pastrana e do americano Bill Clinton, de combate ao crime gerado pelo tráfico de drogas e para aumentar a estabilidade socioeconômica no país andino.

"São decisões realmente difíceis de serem tomadas em nível doméstico, em nível nacional, muito difíceis. Mas o presidente e eu estamos prontos. Estamos preparados. E acreditamos que podemos fazer muito mais para enfrentar as causas fundamentais deste problema", acrescentou o vice-presidente em relação à crise na fronteira.

Obama solicitou ao Congresso dos EUA um aporte de recursos suplementares para lidar com a crise na fronteira há pouco mais de um mês, avaliados em US$ 3,7 bilhões, dos quais US$ 300 milhões seriam destinados a combater o crime e a criar oportunidades dentro dos três países centro-americanos, mas as diferenças entre republicanos e democratas no Capitólio não o tornaram possível.

Com isso, o governo já avisou aos legisladores que, devido à falta de um orçamento extraordinário para atender aos menores, foi obrigado a realocar pelo menos US$ 405 milhões de outras agências federais para não ficar sem recursos.

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