Teste de DNA confirma que corpo é de estudante ultra-ortodoxo desaparecido

Jerusalém, 29 ago (EFE).- Os testes de DNA confirmaram que o corpo encontrado na quinta-feira pela polícia israelense na chamada "floresta de Jerusalém" é do americano Aaron Sofer, o jovem judeu ultra-ortodoxo desaparecido há uma semana quando estava de excursão com um colega da escola rabínica.

Segundo o jornal "Jerusalem Post", o enterro estava previsto para as 9h30 (locais, 3h30 em Brasília) em um cemitério da cidade de Beit Shemesh, próxima a Jerusalém. As causas da morte não foram informadas.

O desaparecimento de Sofer, nascido em Lekewood, em Nova Jersey, encheu as páginas da imprensa estrangeira, especialmente nos Estados Unidos, mas passou quase despercebida na imprensa israelense, em particular na hebraico, o que provocou todo tipo de especulações.

"Por quê? Por que não é israelense? Por que é ultra-ortodoxo? Por que a imprensa local está concentrada somente na guerra em Gaza e outras formas de violência na região?", questionou na quarta-feira a jornalista Alison Kaplan em um longo artigo na edição inglesa do jornal "Ha'aretz".

Kaplan aderiu à suposição da família e a qual a imprensa local e a comunidade judaica nos Estados Unidos tomaram: que Sofer, de 23 anos, foi capturado por ativistas palestinos e vítima de uma vingança de cunho racista.

"Poderia ter caído e se ferido (mas nesse caso já teria sido localizado), poderia ter machuado a si mesmo (parece uma decisão espontânea pouco possível no meio de um passeio), ou no melhor dos cenários, decidido fugir, (mas não teria deixado suas coisas na floresta e na escola rabínica)", ponderou Kaplan.

"A suspeita de um ato violento, criminoso ou motivado por ideias nacionalistas, parece possível", acrescentou a jornalista, antes de estabelecer um paralelismo com um incidente anterior à recente guerra e que contribuiu de maneira decisiva para a explosão das hostilidades, o desaparecimento, em 12 de junho, de três estudantes israelenses, um deles de origem americana, quando pediam carona em um conhecido cruzamento próximo à colônia de Gush Etzion e a cidade palestina de Hebron.

Os corpos de Eyal Yifrach, Gilad Shaar e Naftali Fraenkel foram encontrados três semanas depois, baleados em um descampado após uma busca que envolveu o exército e que durante esse tempo ocupou as manchetes da imprensa.

Um dia depois que fossem enterrados, no meio do luto nacional e em presença do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, um grupo de ultra-ortodoxos capturou a um jovem palestino, residente nos EUA e de férias em Jerusalém Oriental, e o assassinou em uma floresta da cidade.

A vingança provocou uma onda de protestos no bairro de Shuafat, em Jerusalém, onde durante dias radicais palestinos e soldados da polícia israelense se enfrentaram.

Os pais de Sofer viajaram para Israel dias atrás e ofereceram uma recompensa de US$ 28 mil, e exigiram o envolvimento do próprio secretário de Estado americano, John Kerry, e do exército israelense nas buscas.

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