Primeiro-ministro da Ucrânia desqualifica plano de paz de Putin

Kiev, 3 set (EFE).- O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, qualificou o plano de paz para a Ucrânia apresentado nesta quarta-feira pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma "tentativa de enganar a comunidade internacional" para evitar novas sanções do Ocidente contra Moscou.

"Esse plano é uma tentativa de enganar a comunidade internacional às vésperas da cúpula da Otan e uma tentativa de evitar as inevitáveis decisões da União Europeia sobre uma nova onda de sanções contra a Rússia", disse Yatseniuk, citado pelo departamento de Informação e Relações Públicas de seu governo.

O chefe do Executivo ucraniano também assegurou que "todos os acordos anteriores com a Rússia - alcançados em Genebra, Normandia, Berlim ou Minsk - foram ignorados ou simplesmente violados pelo regime russo", ao que Kiev acusa de apoiar com tropas e armamento os separatistas pró-Rússia do leste.

Para Yatseniuk, o melhor plano de paz para o leste da Ucrânia deveria conter um só ponto: a retirada das tropas russas e das milícias separatistas das duas regiões rebeldes, Donetsk e Lugansk.

Após acusar à Rússia de querer "eliminar a Ucrânia e restabelecer a URSS", o primeiro-ministro ucraniano disse que seu país "espera decisões da Otan e da UE para frear o agressor".

No entanto, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, cuja administração anunciou hoje um acordo para conseguir um "regime de cessar-fogo", espera "passos reais para o estabelecimento da paz" nas consultas do Grupo de Contato para a Ucrânia que serão realizadas em Minsk na próxima sexta-feira.

A presidência ucraniana anunciou "um acordo sobre um cessar-fogo permanente" como resultado de uma conversa telefônica entre Putin e Poroshenko, embora, em outra nota, tenha relatado que se tratava de "um regime de cessar-fogo".

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, desmentiu o acordo anunciado por Kiev, argumentando que a "Rússia não poderia concordar com um cessar-fogo porque não tem parte no conflito armado".

O plano de Putin pede aos dois lados pôr fim a qualquer ação ofensiva no território das regiões de Donetsk e Lugansk e assinala que as tropas ucranianas devem se retirar das imediações das cidades rebeldes.

O plano em questão também contempla um controle internacional do cessar-fogo, a troca de prisioneiros mediante a fórmula de "todos por todos", a abertura de corredores para os refugiados e ajuda humanitária, além da proibição de bombardeios aéreos e o envio de especialistas para a reparação das infraestruturas.

O presidente russo anunciou seu plano, elaborado durante seu voo à capital da Mongólia, às vésperas da aprovação de uma nova rodada de sanções da UE contra a Rússia por sua crescente intervenção na crise da Ucrânia.

As forças ucranianas também atravessam momentos delicados em sua operação militar contra os separatistas, já que os mesmos empreenderam uma bem-sucedida contraofensiva, na qual, em pouco mais de uma semana, recuperaram dezenas de localidades controladas pelas forças de Kiev e abriram uma terceira frente no sul da região de Donetsk.

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