Japão decide comprar ilhas Senkaku, reivindicadas pela China

Em Tóquio

O governo do Japão anunciou nesta terça-feira que concluiu as negociações para comprar por US$ 26 milhões várias ilhas do arquipélago Senkaku, cuja soberania disputa com a China.

As negociações estavam encaminhadas para adquirir a ilha de Uotsuri, a maior deste pequeno arquipélago situado no Mar da China Oriental, e as vizinhas Kitakojima e Minamikojima.

Desde junho, o governo do primeiro-ministro Yoshihiko Noda estava em negociações com o proprietário japonês do terreno e também com o governo de Tóquio, que em abril mostrou sua intenção de adquirir várias dessas ilhas.

O arquipélago Senkaku é integrado por cinco ilhas principais e só uma delas, a de Taisho, é propriedade do Estado japonês, enquanto o resto está nas mãos de proprietários particulares.

A soberania deste grupo de ilhotas desabitadas, que compreendem um território de cerca de sete quilômetros quadrados, é foco de disputas entre China e Japão, além de Taiwan, há décadas.

Situadas a 150 quilômetros ao nordeste de Taiwan e a 200 ao oeste do arquipélago japonês de Okinawa, as Senkaku (conhecidas como Diaoyu na China e Tiaoyutai em Taiwan) poderiam contar com grandes recursos marítimos e energéticos.

Em abril, o governo de Tóquio anunciou sua intenção de comprar o arquipélago através de um sistema de doações públicas e privadas, o que suscitou as críticas da China, que assegurou que qualquer ação japonesa no arquipélago é "ilegal e inválida".

A disputa sobre as ilhas aumentou em meados de agosto com o desembarque de um grupo de ativistas chineses, que foram deportados pelas autoridades japonesas, enquanto poucos dias depois fez o mesmo um grupo de nacionalistas japoneses, o que provocou protestos em Taiwan e China.

O anúncio da compra do Japão acontece três dias depois que uma equipe do governo de Tóquio iniciou uma inspeção das Senkaku, como parte de um plano para agilizar sua compra.

Os 25 membros da equipe municipal estudaram a qualidade da água ao redor de três das oito ilhotas, mas sem chegar a desembarcar nelas, depois que o governo central rejeitou sua solicitação para não suscitar novos atritos diplomáticos com a China.

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